Com a mudança, o processo de obtenção da CNH poderá ficar até 80% mais barato / Marcello Casal JrAgência Brasil
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Tirar a carteira de motorista no Brasil pode se tornar muito mais barato em breve. Com uma proposta apresentada pelo Ministério dos Transportes, o tradicional e caro caminho pelas autoescolas pode deixar de ser obrigatório para quem deseja obter a CNH nas categorias A (moto) e B (carro).
A sugestão está em consulta pública e, se for aprovada, representa uma mudança significativa: aulas teóricas e práticas não seriam mais exigidas, cabendo ao candidato escolher como vai se preparar para as provas do Detran.
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Atualmente, o custo médio para tirar a CNH ultrapassa os R$ 4.400, variando conforme o estado. No Rio Grande do Sul, o valor é o mais alto do país.
Já em Alagoas, a CNH sai por cerca de R$ 1.350. Com a nova proposta, esses números podem cair drasticamente, a estimativa é que o processo custe entre R$ 800 e R$ 900.
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Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o motivo da redução está na eliminação de gastos com aulas obrigatórias, processos administrativos simplificados e maior autonomia para o candidato escolher meios de aprendizagem mais econômicos.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que a exigência das 20 horas de aula prática deixará de existir, caso o novo modelo seja aprovado.
“A maior parte das pessoas usa muito menos do que isso. Então será mais simples para o cidadão de maneira geral”, disse.
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Apesar da promessa de economia para os brasileiros, que hoje precisam trabalhar até oito meses para pagar a habilitação sem comprometer mais de 30% da renda, a proposta enfrenta forte resistência.
Dica do editor:
A Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) criticou duramente a medida. Para Ygor Mendonça, presidente da entidade, a decisão foi tomada sem diálogo com o setor.
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“O governo pegou o setor de surpresa”, afirmou, acrescentando que a proposta “faculta a educação no trânsito no Brasil” e coloca em risco mais de 300 mil empregos diretos e indiretos.
Ygor Valença, também da Feneauto, foi ainda mais direto: “É uma proposta populista. O foco deveria ser a fiscalização e aprimoramento do treinamento, não a eliminação da obrigatoriedade das aulas.”
Do lado do governo, o argumento central é de que a mudança democratiza o acesso à CNH, amplia oportunidades de emprego e reduz o número de motoristas irregulares, atualmente, mais de 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação no país.
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Por enquanto, a proposta segue em consulta pública. Caso receba aprovação técnica do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a nova regra poderá entrar em vigor a partir de 2026.