Ramagem teria utilizado a estrutura da Abin para monitorar adversários políticos / Valter Campanato/Agência Brasil
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu nesta quinta-feira (11) a pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão em regime fechado para Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A decisão ocorre no processo que apura a participação do parlamentar na chamada trama golpista.
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Além da condenação criminal, o STF determinou a perda do mandato parlamentar e do cargo de delegado da Polícia Federal, já que a pena ultrapassa o limite constitucional de 120 dias de ausência permitido para membros da Câmara.
O relator Alexandre de Moraes foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin na fixação das penas. Ramagem deverá cumprir:
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Além da prisão em regime fechado, o deputado foi condenado a pagar 50 dias-multa, calculados no valor de um salário mínimo cada.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Ramagem teria utilizado a estrutura da Abin para monitorar adversários políticos e fortalecer narrativas de fraude eleitoral em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A acusação aponta que o parlamentar integrava o núcleo estratégico da organização criminosa.
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A Câmara dos Deputados havia suspendido parte da ação penal, e por isso Ramagem respondeu apenas a três crimes, não incluindo as acusações de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os advogados do parlamentar negam as acusações e alegam que, em 2022, ele já não fazia parte do governo Bolsonaro.
Sustentam ainda que não há provas materiais de que tenha usado a Abin de forma indevida ou perseguido adversários.
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