Nacional
Aeronave caiu no condomínio Residencial Recanto Florido, em Vinhedo; acidente vitimou 62 pessoas que estavam a bordo
Jonatas Oliveira
Publicado em 09/08/2025 às 15:09
Atualizado em 09/08/2025 às 15:55
Compartilhe:
O acidente aconteceu no início da tarde do dia 9 de agosto de 2024 / SSP-SP/Divulgação
Continua depois da publicidade
Familiares das vítimas do voo 2283 da Voepass inauguraram, neste sábado (9), em Vinhedo (SP), um memorial em homenagem aos passageiros e tripulantes mortos na queda da aeronave. A cerimônia contou ainda com um ato ecumênico e o plantio de árvores.
O acidente ocorreu em 9 de agosto de 2024, às 13h22, quando um ATR 72-500 da Voepass/Latam caiu sobre o condomínio Residencial Recanto Florido, em Vinhedo, matando as 62 pessoas a bordo - 58 passageiros e quatro tripulantes.
Continua depois da publicidade
O voo havia decolado às 11h58 do Aeroporto Coronel Adalberto Mendes da Silva, em Cascavel (PR), com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), a aeronave entrou, durante o trajeto, em uma região com condições meteorológicas favoráveis à formação de gelo severo.
“Às 13h21, cumprindo sua navegação aérea, a aeronave realizou uma curva à direita momentos antes da perda de controle, entrando em uma condição chamada stall, vindo a perder sua sustentação em voo”, relatou o Cenipa.
Continua depois da publicidade
“Como resultado, os pilotos perderam o controle da aeronave, que entrou em atitude anormal de voo, descrevendo giros em torno do seu eixo (parafuso chato), culminando em sua colisão com o solo em uma área residencial do município de Vinhedo (SP)”, esclareceu o centro de investigação.
O Cenipa informou que já concluiu etapas importantes da apuração sobre a queda do voo 2283 da Voepass, em Vinhedo (SP). Entre os procedimentos realizados estão a leitura e análise dos gravadores de voo e a reconstrução detalhada do trajeto, com avaliação do desempenho da aeronave, comandos aplicados, alertas emitidos e dinâmica da perda de controle.
Também foram realizados ensaios e testes técnicos em componentes recuperados no local do impacto e entrevistas com profissionais da companhia aérea, mecânicos, despachantes, pilotos e familiares dos tripulantes.
Continua depois da publicidade
O órgão também analisou mais de 15 mil voos da frota da companhia envolvida, fez levantamentos meteorológicos com dados de satélite e radiossondagens, recriou o trajeto em simulador e realizou um voo experimental em aeronave de ensaio.
Segundo o Cenipa, a complexidade técnica e multidimensional do caso impede, por enquanto, a definição de uma data para a divulgação do relatório final. O documento será publicado “no menor prazo possível” e ficará disponível no site oficial do centro.
A Voepass Linhas Aéreas, responsável pelo voo, afirmou em nota que a tragédia do Voo 2283 foi “o episódio mais difícil” da história da empresa e que resultou em perdas irreparáveis. “Um ano depois, seguimos solidários às famílias das vítimas, compartilhando uma dor que permanece presente em nossa memória. Em mais de 30 anos de operações na aviação brasileira, jamais havíamos enfrentado um acidente”.
Continua depois da publicidade
“Temos atuado de forma transparente junto às autoridades públicas e seguimos fortemente dedicados à resolução das questões indenizatórias o quanto antes, neste aspecto com estágio bastante avançado das indenizações restantes. Mantemos o suporte psicológico ativo e continuamos apoiando homenagens realizadas pelas famílias ao longo deste ano”, ressalta o comunicado.
*Com informações da Agência Brasil
