Michel Temer quer distribuir os refugiados venezuelanos para outros Estados / Agência Brasil
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O presidente Michel Temer defendeu nesta segunda-feira (12) que os milhares de refugiados venezuelanos em Roraima sejam distribuídos em outras unidades da federação. Em reunião em Boa Vista, ele afirmou que o grande fluxo de imigrantes tem causado problemas, mas que não impedirá a entrada dos estrangeiros.
A ideia do governo federal é fazer um censo dos refugiados e distribuí-los como foi feito com a entrada de haitianos no Acre, em 2015.
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"O fluxo de venezuelanos cria problemas para Roraima e poderá se estender para outras Unidades da Federação se não tomarmos medidas de natureza federal. É necessário avaliar a possibilidade de conduzi-los a outros Estados, diversificando a entrada", disse.
O presidente ressaltou que os estrangeiros estão tirando empregos da população roraimense e prometeu que o problema será resolvido até o final de seu mandato.
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"Em onze meses, vamos solucionar essa questão. Ninguém vai impedir os refugiados de virem para cá. Nós vamos ordenar a entrada", disse.
Sem recursos
No encontro com autoridades regionais, na sede do governo estadual, ele anunciou que na próxima quinta-feira (15) será editada uma medida provisória com ajuda federal para Roraima, que incluirá alimentos e remédios.
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Segundo ele, as Forças Armadas coordenarão a ação federal. Questionado pela reportagem, contudo, não detalhou qual será o montante repassado.
"Quanto seja necessário, nós vamos destinar", respondeu.
No encontro, o presidente ressaltou ainda que os refugiados são obrigados a deixar seu país porque "não há condições de vida" na Venezuela.
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"Não viria aqui para fazer um palanque politiqueiro e a situação do Brasil é muito grave. Não tenho nenhuma preocupação de natureza eleitoral", disse.
No encontro, a governadora Suely Campos (PP) apresentou uma lista de pedidos para o presidente, como a obrigação de que os refugiados sejam vacinados na fronteira, aumento do efetivo da Polícia Federal e o aumento dos recursos para segurança pública.
Sem estrutura, Boa Vista acolhe hoje mais de 40 mil venezuelanos, que saturaram a rede de saúde pública. Após a entrada deles, cresceu o desemprego e a violência na cidade.
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Os que não possuem ensino superior têm pedido esmola, vendido doces ou lavado para-brisas nos semáforos.
Na avenida Venezuela, uma das mais movimentadas de Boa Vista, estrangeiros carregam placas se oferecendo para serviços de pedreiro e pintura.