Política

Temer diz que não houve 'má intenção' ao nomear Moreira

A posição do Planalto foi enviada em resposta ao pedido de esclarecimento feito pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal

Folhapress

Publicado em 11/02/2017 às 20:01

Compartilhe:

Michel Temer defendeu a nomeação de Moreira Franco / Agência Brasil

O presidente Michel Temer defendeu a nomeação de Moreira Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência. A posição do Planalto foi enviada ontem em resposta ao pedido de esclarecimento feito pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.

No documento, subscrito pela AGU (Advocacia-Geral da União) e pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Temer diz que não houve "má intenção" na nomeação: "Não houve qualquer má intenção do presidente da República em criar obstruções ou embaraços à Operação Lava Jato".

Moreira Franco, que com a nomeação passa a ter prerrogativa de foro por função junto ao Supremo Tribunal Federal, foi citado em delação da Odebrecht na Lava Jato.

A delação foi homologada no dia 30 de janeiro e Moreira passou a ter foro como ministro em 2 de fevereiro.

O Palácio do Planalto destaca outros cinco pontos. Diz que "os vazamentos ilegais da Operação Lava Jato não se prestam como provas nem evidências para decisões judiciais ou administrativas" e que "a situação do ex-presidente Lula é distinta".

Em 2016, Lula foi nomeado ministro da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff depois de ter sido alvo de condução coercitiva.

"As provas usadas contra o ex-presidente Lula, à época, tinham a presunção de validade, visto que autorizadas por ordem judicial", diz a AGU no documento enviado ao STF.

"O ministro Moreira Franco já era alta autoridade governamental e responsável pelo principal programa de investimentos do Brasil", acrescenta o Planalto, que disse ainda que ele nem é sequer réu em processo penal, que impeça a sua nomeação para cargos públicos.

Na noite de quinta (9), Celso de Mello havia concedido um prazo de 24 horas para o presidente da República prestar informações.

A decisão do ministro pode sair a qualquer momento, mas no Supremo a perspectiva é que ele decida algo apenas na segunda-feira (13).

Decisão no Rio

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região decidiu nesta sexta manter a nomeação de Moreira Franco como ministro, mas retirou a prerrogativa do foro privilegiado.

A decisão do juiz federal convocado Alcides Martins Ribeiro Filho, que atua na 6ª Turma Especializada do tribunal, foi dada em resposta a recurso da AGU contra decisão da juíza Regina Coeli Formisano, que havia anulado a nomeação do peemedebista para o cargo.

Ribeiro Filho entendeu que são cabíveis as suspeitas de que a recriação da Secretaria-Geral da Presidência, extinta no governo Dilma, teve por objetivo garantir ao peemedebista o direito à prerrogativa de foro.

"Como bem ressaltado pelo juízo a quo [de primeiro grau] o senhor Moreira Franco já exercia um cargo de confiança, na alta esfera hierárquica do governo federal, não se verificando qualquer urgência a justificar a sua nomeação. A extrapolação finalística ante os substanciais indícios de desvio, contudo, pode ser afastada", escreveu.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Diário Mais

No dia dos avós, veja qual signo mima mais os netos

Confira como são os avós de cada signo do zodíaco

PARIS 2024

Confira a agenda do vôlei brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris

O time brasil está representado pelas duas categorias

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter