ELEIÇÕES 2022

Surpresa geral: Veja favoritos que não conseguiram se eleger em SP

Márcio França, José Serra, Paulinho da Força, Fernando Holiday e outros nomes populares não conquistaram votos suficientes; veja lista

Bruno Hoffmann

Publicado em 06/10/2022 às 15:54

Atualizado em 06/10/2022 às 16:13

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Serra, Frota e Holiday não conquistaram votos suficientes para uma nova eleição em 2022 / Rovena Rosa/AB e Ettore Chiereguini/GSP

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As eleições deste ano, realizadas em 2 de outubro, tiveram um sabor amargo para diversos políticos experientes e celebridades, por não alcançarem os votos suficientes rumo à Câmara dos Deputados, Senado Federal ou Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

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Veja uma lista de personalidades que ficaram foram dos cargos públicos de São Paulo, para surpresa de muita gente:

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Heni Ozi Cukier

O deputado estadual e cientista político Heni Ozi Cukier (Podemos), que adotou o nome de Professor HOC para facilitar a vida dos eleitores, tinha pretensões grandes nestas eleições. O seu propósito inicial era ser escolhido como candidato ao Senado na chapa de Rodrigo Garcia  (PSDB). Com o desejo frustrado - Garcia acabou optando pelo emedebista Edson Aparecido -, Professor HOC apostou suas fichas para a Câmara dos Deputados.

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Os admiradores do ex-secretário-adjunto da Capital e ex-partido Novo, que surgiu para a política dentro da onda liberal das eleições de 2018, tinham certeza que o professor com quase 400 mil seguidores pelo Instagram ia ser eleito. Ele, porém, recebeu 98.720 votos e não conseguiu entrar, mesmo com mais votos que outros 13 deputados federais eleitos. Esse fenômeno ocorre por causa do sistema proporcional das eleições brasileiras.

Ele gravou um vídeo, abatido, para agradecer os eleitores e explicar a derrota.

"Recebi centenas de mensagens dizendo: 'Eu tinha certeza que você ia ganhar'. Mas na política não existe isso de estar ganho", afirmou. Como consolação ficou como o segundo suplente a deputado federal mais bem votado do Brasil.

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Paulinho da Força

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, conseguiu sua primeira votação para deputado federal em 2006, e desde então conquistou mandatos consecutivos para a Câmara dos Deputados. Desta vez, porém, seus 64.137 votos não foram suficientes para garantir uma nova eleição.

Sua base política sempre foi a Força Sindical, central que agrupa diversos sindicatos pelo Brasil. Em 2016, teve papel de destaque no impeachment de Dilma Rousseff, ao fazer uma campanha forte pela queda da então presidente. Causou polêmica sua proximidade à época com Eduardo Cunha, então presidente da Câmara e responsável pela abertura do processo de impedimento da petista.

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Neste ano, anunciou apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República, mas não conseguiu superar o rancor dos petistas, e chegou a ser vaiado em um evento de pré-campanha de Lula. Ele ameaçou tirar o seu apoio, mas depois foi convencido a ir com Lula até o fim.

"Saio desse pleito de cabeça erguida e com a certeza de que o nosso mandato foi indispensável na luta dos trabalhadores", escreveu, após a derrota nas urnas.

Alexandre Frota

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Alexandre Frota (que anunciou a saída do PSDB nesta semana) fez uma aposta inusual em 2022: em vez de tentar a reeleição como deputado federal buscou um cargo na Alesp. A ideia não deu certo. Ele só garantiu 24.224 votos, sendo o 202º candidato mais votado no Estado, e ficou longe de ser eleito. Nada comparado com 2018, quando recebeu 155.522 votos e cravou sua vaga à Câmara.

Naquele tempo ele era aliado de Jair Bolsonaro (PL), e fez uma campanha forte em prol das ideias conservadoras do presidente. O Frota de hoje pouco tem a ver com o de outrora. Após a derrota nas urnas, resolveu sair do PSDB por não aceitar o apoio de Rodrigo Garcia ao bolsonarismo no segundo turno. E garantiu, em entrevista à reportagem do Diário do Litoral nesta terça-feira (4), que a prioridade agora é focar na eleição de Lula.

Em relação ao futuro político, Frota disse que está mirando nas eleições de 2024, mas ainda não se sabe se para o cargo de vereador por São Paulo ou de prefeito. Há um boato de que o parlamentar pode se filiar ao PT, mas ele desconversou.

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"Alguns partidos já me procuraram, mas eu não defini. Está muito cedo conversar com partido agora. Eu acabei de sair do PSDB, e vou deixar isso para depois. Isso não é o principal agora. O principal agora é ajudar o País".

Fernando Holiday

O vereador Fernando Holiday (que concorreu pelo Novo e se filiou ao Republicanos nesta quinta-feira) não conseguiu se eleger para a Câmara dos Deputados e tampouco conseguiu levar à vitória seu fiel escudeiro Lucas Pavanato (que também saiu do Novo para o Republicanos) à Alesp.

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Depois do resultado, disparou contra o fundador do Novo, João Amoêdo: "[Amoêdo é] Cara de pau, incompetente e desonesto. O que ele quer é ser líder de uma seita", escreveu.

Nesta quinta anunciou filiação ao Republicanos e o consequente apoio a Tarcísio de Freitas e a Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições.

"Já há muito tempo decidi que não teria mais de dois mandatos como vereador em São Paulo e, portanto, se perdesse essa eleição não seria mais candidato, como de fato ocorreu. Por essa razão, anunciamos nossa filiação ao Republicanos que nos dá condições de trabalhar esses projetos de longo prazo, além de ser um partido alinhado com os ideais de direita que sempre defendemos", afirmou.

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José Serra

Em tratamento contra o mal de Parkinson, o senador José Serra (PSDB) preferiu não fazer campanha de rua para o cargo de deputado federal, porque havia o entendimento na cúpula tucana que ele seria nome certo para o cargo. Não foi o que as urnas mostraram. Os seus 88.926 votos não o credenciaram para garantir uma vaga à Câmara.

O ex-governador de São Paulo e ex-candidato à Presidência agradeceu pelos votos e se lamentou pelo resultado. "Agradeço às 88.926 pessoas que me confiaram seu voto e acreditaram no meu projeto político e na minha candidatura mais uma vez. Infelizmente, desta vez não deu. Mas seguirei na luta. Não sei viver de outro jeito", escreveu.

Na sequência, fez um anúncio de apoio no segundo turno que confundiu os eleitores: "Não vou me alongar sobre o tema. Diante das alternativas postas, votarei em Lula. E, pela mesma razão, em São Paulo, meu voto será em Tarcísio de Freitas".


Márcio França

As pesquisas eleitorais mostraram o tempo todo a vitória de Márcio França (PSB) ao Senado, mas, quando as urnas abriram, ele precisou amargar a derrota para o adversário Astronauta Marcos Pontes (PL), apoiado por Bolsonaro.

O baque foi maior porque França acabou convencido pelo PT a não concorrer ao Governo de São Paulo, o que era seu desejo inicial. Um grupo de WhatsApp do PSB ao qual a reportagem teve acesso mostrou o descontentamento da militância com a aproximação de França ao PT na campanha eleitoral, como mensagens como "Não se priorizou" e "fez pouca campanha".

Agora, a esperança de França é pela vitória de Lula para a Presidência, já que há o entendimento de que o pessebista deve ser convidado para encabeçar algum ministério.

Joice Hasselmann

O tombo foi grande para Joice Hasselmann. Em 2018, na onda do bolsonarismo, a jornalista havia conquistado cerca de 1 milhão de votos. Quatro anos depois e rompida com o clã Bolsonaro só conseguiu 13.679 e não terá mais uma vaga na Câmara dos Deputados a partir de 2023. 

O seu resultado é um reflexo do fiasco do PSDB nas eleições deste ano. Ela também mostrou descontentamento com o apoio de Rodrigo Garcia a Tarcísio e Bolsonaro.

"Sinceramente tenho vergonha e até asco desse bando que se dizia a favor da lava jato, contra corrupção, contra o horror que é esse governo e blá-blá-blá, mas na última hora abanou o rabo para Bolsonaro. Venderam a consciência pelo mandato. Bando de biruta oportunista de aeroporto", disse ela.

 

Kid Bengala

Pela quarta vez seguida o ator pornô Kid Bengala tentou ser eleito para um cargo público e pela quarta vez seguida precisou lidar com a derrota. Desta vez, conquistou apenas 10.312 votos para a Câmara dos Deputados pelo União Brasil.

Claudinho de Oliveira

O compositor Claudinho de Oliveira (PDT) recebey 1.959 votos e não conquistou pela segunda vez consecutiva uma disputa a um cargo público. O fundador do grupo Soweto, que buscou neste ano um cargo de deputado estadual, já escreveu uma carta pública contra o ex-parceiro Belo pelo apoio do cantor a Bolsonaro.

Dinei

O ídolo do Corinthians e ex-participante da Fazenda, da TV Record, tentou mais uma vez ganhar os votos da fiel torcida rumo a um cargo público. Porém, o candidato pelo Avante só teve 2.532 votos, tendo a 950º melhor votação no Estado para deputado federal.

Leia mais em: https://www.gazetasp.com.br/estado/politicos-experientes-e-celebridades-nao-conseguem-se-eleger-por-sp/1115823/

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