Política

Serra fala como candidato e descarta ser vice de Aécio Neves

O ex-governador tem lutado para que sejam realizadas prévias para a escolha do candidato que vai enfrentar Dilma Rousseff e a dupla formada por Eduardo Campos e Marina Silva

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 17/10/2013 às 21:28

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Empenhado em conquistar terreno nas pesquisas eleitorais produzindo um fato novo de alta voltagem simbólica, o senador Aécio Neves (MG) autorizou a intensificação das negociações para a construção de uma chapa tucana puro-sangue com o ex-governador José Serra para disputar a eleição presidencial.

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No entanto, Serra, que apareceu em Brasília nesta quinta-feira, 17, falando como se fosse ele o candidato, numa reação muito forte, descartou a possibilidade de ser vice de Aécio, como desejado pelo grupo mineiro. Ou o contrário, ocupar a cabeça da chapa com o presidente do PSDB na vice.

"Delirar é livre delirar. A gente pode aqui especular sobre qualquer assunto. Mas não faz sentido", respondeu Serra ante a pergunta sobre a possibilidade de uma chapa puro-sangue, com um ou com outro. O ex-governador disse que não abandonou a política e que tem a garantia do próprio Aécio, "falando como presidente do PSDB e não como candidato", que a definição sobre a escolha do nome só ocorrerá em março. "Portanto, está tudo como era antes", disse.

Serra tem lutado para que sejam realizadas prévias para a escolha do candidato que vai enfrentar Dilma Rousseff, e também agora a dupla formada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva. O ex-governador disse que não se surpreendeu com a mais recente pesquisa Datafolha, na qual aparece com 20% das intenções de voto, numa simulação de disputa com Dilma e Marina. "Já tinha tudo isso presente. Não é nada novo. E isso tudo numa semana de pico do Eduardo Campos e da Marina", afirmou ele.

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José Serra esteve em Brasília nesta quinta-feira e falou como candidato (Foto: Divulgação)

De acordo com informações de tucanos, Aécio Neves tem trabalhado para tornar Serra o vice na chapa do PSDB. A ideia seria conquistar o máximo de votos em São Paulo, com a candidatura do governador Geraldo Alckmin à reeleição e de Serra a vice, e em Minas Gerais, tendo Aécio Neves na cabeça de chapa. Com uma votação expressiva nos dois maiores colégios eleitorais, o PSDB garantiria a ida ao segundo turno, provavelmente contra Dilma Rousseff, líder nas pesquisas. Mas de acordo com informações de tucanos, Serra teria se contrariado com os passos de Aécio, que estaria forçando-o a ficar com a vice.

Esse teria sido o motivo para a reação do ex-governador, mostrada nesta quinta durante duas entrevistas na porta do plenário do Senado. Contrariado, Serra assumiu de novo uma postura de candidato e, como tal, atacou o governo de Dilma, disse que a situação no PSDB não está definida, porque tem garantias de que será resolvida à frente, e que não abandonou a política, ao contrário do que muitos pensavam que aconteceria.

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A rejeição à vice tem sido também incentivada pelo grupo que dá apoio a Serra. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), disse que essa hipótese está descartada. "Posso garantir que o Serra não será vice. Isso não foi pensado, não foi negociado, não foi falado. Ele é candidato a presidente. E espera pelo momento da definição", afirmou o senador ao Estado.

Do lado do grupo de Aécio Neves - que controla o diretório nacional e os diretórios estaduais - busca-se uma saída para o impasse causado pela disputa entre o presidente do PSDB e Serra. Com poucas condições de vê-lo na vice, o grupo trabalha para que Serra seja candidato ao Senado ou à Câmara e que, ao mesmo tempo, seja uma espécie de coordenador do programa de governo dos tucanos.

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