A prisão de Jair Bolsonaro é a primeira de um ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe de Estado / Antonio Augusto/STF
Continua depois da publicidade
Uma perícia médica oficial, realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, confirmou que o estado de saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta uma "piora progressiva". O diagnóstico aponta a existência de uma hérnia inguinal bilateral, com indicação de reparo cirúrgico. O documento detalhado já foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da execução penal.
De acordo com a Junta Médica pericial, o agravamento do quadro clínico foi provocado pelo aumento severo da pressão intra-abdominal, reflexo de crises persistentes de soluços e tosse crônica.
Continua depois da publicidade
Embora o reparo da hérnia tenha sido classificado tecnicamente como "eletivo" (sem risco imediato de estrangulamento), os peritos alertam que o tratamento para os soluços deve ser realizado "o mais breve possível". A refratariedade aos tratamentos atuais tem prejudicado o sono, a alimentação e aumentado os riscos de complicações das hérnias.
O relatório detalha que Bolsonaro vem se queixando de desconforto frequente. A linha do tempo dos exames comprova a evolução negativa: em agosto de 2025, exames tomográficos não detectaram alterações. Já em novembro, o quadro evoluiu para hérnia unilateral e, em 14 de dezembro, uma ultrassonografia confirmou a hérnia inguinal bilateral.
Continua depois da publicidade
"O estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado", afirmou a defesa ao Supremo, baseando-se no novo relatório que impõe "atuação imediata".
Bolsonaro cumpre pena em uma sala de Estado-Maior na Superintendência da PF. No laudo, os peritos consideram tecnicamente pertinente o bloqueio do nervo frênico para estancar as crises de soluço que, segundo a defesa, causam dores acentuadas e desconforto contínuo devido ao esforço físico intermitente na região abdominal.