Bolsonaro ainda cumpre prisão domiciliar, mas pode ser transferido para o regime fechado a qualquer momento / Reprodução / TV Justiça
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Qual a situação atual do ex-presidente Jair Bolsonaro? A resposta para essa questão passa por dois eixos principais: o avanço do processo judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) e o agravamento, segundo médicos que o acompanham, do seu estado de saúde, fatores que hoje definem o destino político e pessoal do ex-presidente.
Condenado em setembro de 2025 a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes ligados à tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro ainda cumpre prisão domiciliar, mas pode ser transferido para o regime fechado a qualquer momento, dependendo do resultado do julgamento de seus últimos recursos, previsto entre os dias 7 e 14 de novembro.
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Enquanto isso, o Governo do Distrito Federal (GDF) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes que o ex-presidente seja submetido a uma avaliação médica completa, a fim de verificar se ele tem condições de permanecer em uma unidade prisional da Papuda, em Brasília.
O pedido cita o histórico clínico delicado de Bolsonaro, que desde a facada sofrida em 2018 já passou por mais de dez cirurgias e ainda lida com sequelas abdominais, anemia e crises frequentes de soluço, vômitos e pressão baixa.
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A Primeira Turma do STF considerou o ex-presidente culpado por golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
O regime inicial é o fechado, mas a defesa tenta adiar o cumprimento alegando questões humanitárias e falta de estrutura médica adequada no sistema prisional.
Na soma das penas, são 24 anos e 9 meses de reclusão, mais 2 anos e 6 meses de detenção, além de multa superior a R$ 300 mil.
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Apenas o ministro Luiz Fux votou pela absolvição, enquanto Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin foram favoráveis à condenação.
O quadro de saúde de Bolsonaro é um dos principais argumentos da defesa. Aos 70 anos, ele tem sido internado com frequência em hospitais de Brasília, apresentando anemia, pneumonia residual, hérnia abdominal e deficiências nutricionais.
Em outubro, chegou a ficar internado após um episódio de mal-estar, vômitos e crise de soluço.
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Segundo familiares, o ex-presidente enfrenta dificuldade para se alimentar e fadiga constante, quadro que, segundo os advogados, inviabiliza o cumprimento da pena em presídio comum.
Com base nesse cenário, os defensores pedem que ele permaneça em prisão domiciliar, alegando risco à saúde e falta de recursos hospitalares nas penitenciárias. O GDF também reconheceu a necessidade de avaliação clínica para decidir sobre a transferência.
Mesmo inelegível até 2060, Bolsonaro segue no centro do debate político. Seus aliados mantêm o discurso de perseguição e tentam fortalecer o campo conservador para as eleições de 2026.
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No entanto, tanto sua condição jurídica quanto sua saúde indicam que seu papel deve ser mais limitado, talvez como articulador de bastidores.
Por ora, a situação do ex-presidente é marcada pela expectativa da decisão do STF e pela incerteza sobre sua recuperação física, dois fatores que se cruzam e determinarão os próximos capítulos da trajetória de Jair Bolsonaro.