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O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), vai receber nos próximos 15 dias o projeto criando reserva de 20% de vagas para negros e afrodescendentes para o preenchimento de vagas na Administração Municipal.
A matéria, de autoria do vereador Ademir Pestana (PSDB), passou ontem em segunda e última votação na Câmara. O sistema de cotas obedecerá às regras dos concursos públicos.
O chefe do Executivo poderá sancionar o projeto (transformando-o em lei) ou vetá-lo. Nesse último caso, a matéria retorna para o Legislativo que pode derrubar o veto e, dessa forma, promulgar a lei.
O projeto foi aprovado em votação simbólica, sem a contagem nominal dos votos dos vereadores, mas foi criticado pelo vereador Murilo Barletta (PR).
Até antes da crítica do colega, o próprio autor da matéria, Ademir Pestana, destacou ser contra o sistema de cotas, mas entende que hoje essa medida é “uma necessidade em um País, onde de cada dez presos, oito são afrodescendentes”.
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Já Barletta disse ser contra cotas “de qualquer tipo, para mulheres, negros ou homossexuais. Esse tipo de projeto é mais discriminatório”.
Um dos dois negros dessa legislatura (o outro é Roberto Oliveira Teixeira, o Pastor Roberto, do PMDB), o vereador Adilson Júnior (PT) anexou um projeto seu, com o mesmo teor, ao de Ademir. “O projeto vem corrigir um problema cultural no Brasil”, comentou Adilson.
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Estacionamento
A sessão de ontem foi marcada pelo protesto de empresários e donos de consultórios situados na Avenida Washington Luiz, no Canal 3, que querem impedir a medida da Prefeitura de proibir o estacionamento nos dois lados da via, entre as 7 e 20 horas.
Um grupo levou uma faixa em plenário e pediu apoio dos vereadores para evitar a proibição.
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Quase todos os parlamentares pediram bom senso da Administração Municipal e criticaram a medida. Quem surpreendeu e apoiou a medida da Prefeitura foi um de seus principais opositores, o vereador Evaldo Stanislau (PT). “Esta é uma medida paliativa, mas necessária. Pode até prejudicar alguns, mas em benefício de outros”.