O ex-presidente Jair Bolsonaro está preso preventivamente / Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorrida no último sábado (22), desencadeou repercussões no cenário político-econômico internacional. A primeira reação veio dos Estados Unidos, quando o ex-presidente Donald Trump, ao ser informado do episódio, limitou-se a lamentar o ocorrido, classificando-o como "muito ruim". No entanto, a sinalização que mais preocupou os investidores partiu do Departamento de Estado americano.
Nas redes sociais, Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA, publicou uma crítica frontal ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal (STF), chamando Moraes de "violador de direitos humanos" e acusando o tribunal de "politizar escancaradamente o processo judicial". A Embaixada americana no Brasil chegou a republicar a crítica.
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O post de Landau foi classificado por analistas como "um recado duro demais para ser ignorado". Gestores e economistas viram na mensagem o potencial para um ponto de inflexão, temendo que essa crítica, incomum em tom e origem, possa abrir espaço para uma escalada diplomática, especialmente em um eventual retorno de Trump à Casa Branca.
Em meio ao desconforto do mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou isolar a crise. Durante o encerramento do G20, ele se recusou a comentar a decisão do STF e rebateu diretamente Trump: "Acho que o Trump tem que saber que nós somos um país soberano. O que a nossa justiça decide, está decidido."
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A resposta de Lula foi lida como um recado de que o Planalto não admitirá interferências externas, especialmente do governo norte-americano, que oferece munição à ala bolsonarista na tentativa de enquadrar a prisão como perseguição judicial.