Ciro chegou a ser aconselhado no partido a ser mais ponderado ao fazer críticas públicas / Divulgação/PDT
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Polêmicas em que se meteu ao longo da vida política são frequentemente relacionadas a Ciro Gomes, que lançou nesta sexta-feira (20) sua terceira candidatura à Presidência da República, desta vez pelo PDT.
O presidenciável é conhecido pelo estilo verborrágico e pelo comportamento imprevisível, fatores apontados por lideranças políticas como razões para o centrão ter se afastado dele e resolvido nesta quinta (19) aderir à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).
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Nos últimos dias, o pedetista chegou a ser aconselhado no partido a ser mais ponderado ao fazer críticas públicas. Num jantar recente com potenciais apoiadores, em Brasília, também foi cobrado para que tentasse segurar a língua.
No mesmo dia do puxão de orelha, ele havia se irritado em um congresso de prefeitos em Belo Horizonte. Ameaçou se retirar do palco e acabou sendo vaiado pela plateia.
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O episódio mais rumoroso da trajetória eleitoral de Ciro ocorreu na corrida presidencial de 2002. Na época, questionado sobre o papel que sua então mulher, a atriz Patrícia Pillar, tinha na campanha, o candidato disse que o principal era dormir com ele.
Depois o ex-ministro se retratou, mas esse foi considerado um dos motivos para a derrocada dele nas intenções de voto.
Sua pré-candidatura neste ano foi lançada no Dia Internacional da Mulher, como uma espécie de desagravo à declaração que fez no pleito do passado. Ele vem tentando reverter a imagem de machista.
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Em abril deste ano, Ciro discutiu e chegou a dar um tapa na nuca de um blogueiro ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre). Após o caso, que ficou conhecido como "pescotapa", o ex-ministro afirmou que iria adotar comportamento de político.
Em junho, outro membro do MBL se tornou alvo do presidenciável. Ele chamou o vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM) de "capitãozinho do mato". Disse que "a pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão do mato do passado".
Holiday o acusou de racismo, o que Ciro rechaçou. Com o bate-boca, o pré-candidato acabou ampliando a aversão a seu nome no DEM, partido do qual buscava se aproximar.
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Na quarta-feira passada (18), ao comentar o caso envolvendo o vereador, novo escorregão do presidenciável: ele xingou de "filho da puta" integrante do Ministério Público que solicitou a abertura de um inquérito contra ele por injúria racial.
Só que, diferentemente do que Ciro pensava, o membro da Promotoria ao qual se referia não era um homem, mas uma mulher. O Ministério Público se manifestou sobre o episódio e disse que foram usados termos "completamente inapropriados".
No mesmo dia do xingamento, o pré-candidato também disse, em entrevista à rádio Jovem Pan, que os militantes do MBL são "delinquentes juvenis".
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Ao confirmar sua nova candidatura ao Planalto, nesta sexta, em Brasília, Ciro reconheceu que comete erros e falou que nunca teve a pretensão de ser um anjo.
"Não sou superior nem imune nem vacinado a erros. Tenho trabalhado praticamente dez horas por dia e a minha ferramenta de trabalho é a palavra. Evidentemente que posso errar aqui e ali, porque nunca tive a pretensão de ser um anjo", disse.