Deputado Paulo Correia esteve na redação do Diário do Litoral / Renan Lousada/DL
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O deputado estadual Paulo Correia, atualmente no terceiro mandato, fez um balanço da sua trajetória política em entrevista exclusiva.
Ele destacou a evolução pessoal e profissional ao longo dos anos, citando desde o idealismo do primeiro mandato até a maturidade adquirida no atual período.
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Correia ressaltou investimentos expressivos na saúde — como o apoio à Santa Casa de Santos e ao sistema de São Vicente —, obras de infraestrutura, projetos esportivos e iniciativas de turismo que beneficiam a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.
Também comentou a criação da inédita Comissão de Turismo da Alesp, da qual é presidente, e criticou a falta de integração metropolitana em temas como mobilidade e VLT.
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Entre as principais conquistas, citou a lei que tornou permanente o laudo para pessoas com TEA, aprovada após veto inicial do governador. Por fim, confirmou que colocará seu nome novamente à disposição dos eleitores em 2026.
Diário do Litoral - O senhor já está no terceiro mandato. Como o senhor avalia esse tempo todo no cargo?
Paulo Correia - Primeiro, é uma honra. Poucas pessoas de Santos, eu que nasci aqui, tiveram a oportunidade de alcançar três mandatos.
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Se não me engano, apenas Maria Lúcia Prandi e eu conseguimos isso. Ter nascido em Santos e escolher a cidade de Santos torna tudo ainda mais significativo. É realmente um privilégio poder construir essa história e estar agora no meu terceiro mandato.
A primeira eleição, muitas vezes, se baseia em propostas, mas a reeleição é fruto de trabalho realizado. Por isso, ser aprovado mais duas vezes é gratificante, pois mostra o reconhecimento da população de que estamos no caminho certo.
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Diário do Litoral - Como o senhor resume cada um desses mandatos?
Paulo Correia - O primeiro mandato é marcado pelo idealismo e pela vontade de mudar o mundo. Quando você passa do primeiro para o segundo, já vem com uma certa decepção, mas também com a compreensão de que não é possível mudar o mundo com apenas um mandato, da forma como se imaginava no início.
Nesse ponto, já se está mais amadurecido, por saber como tramitar na Casa, como funciona o processo legislativo, a relação entre o Palácio e a Assembleia, a interlocução, e de que forma levamos as questões da nossa região para serem pautadas dentro do Colégio de Líderes e das comissões.
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No terceiro mandato, que é o meu caso, você já cria uma espécie de casca de experiência: sabe a hora certa de falar, a hora certa de ficar em silêncio, de agir nos bastidores, de ir ao público, e também a hora certa de entrar nas brigas e nas bandeiras que realmente dão resultados — e não apenas em falácias ideológicas que não levam a lugar nenhum e não resolvem a vida das pessoas.
Por isso, nesse pouco mais de um ano que falta para concluir este terceiro mandato, eu me sinto experiente e, sobretudo, muito mais maduro para saber lidar com o que realmente importa para a população.
Diário do Litoral - Essa evolução deu energia para o senhor?
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Paulo Correia - Eles me deram alguns cabelos brancos! Mas, pelo contrário, eu acho que, a cada momento que passa e a cada experiência adquirida, a gente deixa de ser ansioso e aprende a ficar mais tranquilo com os resultados, sabendo que tudo tem o tempo certo para acontecer.
Antes, eu tinha muita ansiedade de querer resolver as coisas rápido demais, mas percebo que, às vezes, é até bom que demore um pouco, para que o resultado venha de forma correta. Esse amadurecimento é positivo, porque traz um novo ar de energia.
É como quando você vai ter o terceiro filho — no meu caso, eu tenho cinco. Quando chega o caçula, você já é mais experiente, tem mais paciência, é mais participativo e erra menos. Eu sinto que é assim também na vida pública: hoje erro bem menos, da mesma forma que aprendi na criação dos meus filhos.
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Diário do Litoral - O senhor destinou bastante verba para a saúde. Como isso foi aplicado?
Paulo Correia - Então, na verdade, a gente tem que observar onde estão as maiores dificuldades. Eu enviei bastante recurso para a Santa Casa, primeiro porque foi o hospital onde eu nasci. Depois, porque reconheço o trabalho muito sério que o provedor Arivaldo vem fazendo com sua equipe — ele transformou a Santa Casa.
São equipamentos que, por exemplo, amanhã eu posso olhar e dizer: “Caramba, se hoje existe um centro de radioterapia na minha cidade, no hospital onde eu nasci, foi porque tive participação. Se hoje existe um banco de sangue, foi porque estive ali. Se hoje existe uma ala para cuidar de pessoas com câncer, alas importantes que estão lá, poxa, também tive participação.”
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Então, pego a Santa Casa como exemplo, mas também lembro de São Vicente, que enfrentava um problema gravíssimo na área da saúde. Minha parceria com o prefeito Caio Amado começou antes mesmo da eleição, dentro desse projeto. Logo que ele assumiu, já identificou a gravidade da situação na saúde.
E eu sempre digo: ao invés de priorizar apenas ter uma praça bonita — não que eu não tenha feito algumas —, preferi ajudar no momento em que a população realmente precisava.
Mesmo que isso não rendesse tantos holofotes, consegui ajudar bastante a cidade de São Vicente na área da saúde, assim como tenho ajudado vários municípios do Vale do Ribeira. Mas, nesse período, nossa prioridade foi São Vicente e a Santa Casa de Santos.
Diário do Litoral - Também teve verbas para o desenvolvimento regional e infraestrutura. Quais obras o senhor gostaria de destacar nesse sentido?
Paulo Correia - Uma obra importante que realizamos foi de infraestrutura voltada ao esporte. Um exemplo é o campo Pagão, na Zona Noroeste, onde a comunidade não tinha muitas opções de lazer. Através do esporte, conseguimos prevenir vários problemas, seja de saúde, seja evitando que jovens e adolescentes fiquem nas ruas.
Destinamos recursos para a reforma desse campo, que hoje está lindo, com arquibancadas iluminadas e um gramado que parece um tapete. Recentemente, destinamos também R$ 1 milhão para o campo do Parque da Caneleira, que deve ser entregue no final deste mês.
Outra intervenção relevante foi a reforma do Posto 7, no Canal 6 — o único que pode ser reformado por não ser tombado. Hoje, o posto é totalmente diferente dos demais e é utilizado pelos bombeiros e salva-vidas. Também reformamos a escola de surfe adaptado, uma obra realizada por meio de emenda parlamentar e que tem grande importância social.
Além disso, inauguramos, em parceria com a prefeitura, a primeira Praça da Bíblia à beira-mar, em São Vicente. Essas são algumas das obras de infraestrutura mais emblemáticas, mas temos inúmeras outras em andamento na Baixada e no Vale do Ribeira, todas viabilizadas por recursos que destinamos.
Na área da saúde, cito o banco de sangue, o centro de radioterapia e a ala para o tratamento de pacientes com câncer. Já no turismo, destaco um projeto no qual temos trabalhado bastante: o Distrito Turístico Náutico, o primeiro do Brasil, proposto para São Vicente, na região do Japuí e da Rua Japão, onde existem marinas e cerca de duas mil embarcações. O turismo náutico, além de lazer, movimenta o comércio e gera empregos, já que não é uma atividade barata.
Também destinamos recursos de infraestrutura e saúde para Guarujá e Cubatão. Em Cubatão, especificamente, enviamos verbas para o esporte, para a reforma de ginásios e praças, e atuamos fortemente na reabertura do Hospital Municipal, que esteve fechado por um período, até conseguirmos articular sua reativação.
Na área do esporte, além dos campos do Pagão e da Caneleira, apoiamos eventos inéditos. Realizamos o Pedal da Diversidade, o Cubatão Extreme, com esportes radicais durante um dia inteiro, e os 10 km da Maré, a primeira corrida realizada no Casqueiro, gratuita para a população. Também promovemos o Grande Passeio Ciclístico, outro evento de grande adesão.
E vem mais por aí: teremos em Itanhaém o primeiro Passeio Ciclístico e a Night Run, a primeira corrida noturna da cidade, também gratuita, com kits para todos os participantes, financiada por emenda parlamentar. Tudo isso mostra como temos incentivado o esporte como ferramenta de inclusão e desenvolvimento social.
Diário do Litoral - O senhor preside a Comissão de Turismo da Alesp. O que podemos apontar de destaque nessa área para a nossa região?
Paulo Correia - Primeiro, é importante destacar que a comissão é inédita nesta legislatura, pois antes não existia uma Comissão de Turismo. Essa foi uma articulação nossa, a pedido do secretário de Estado Roberto de Lucena, que idealizou a proposta e pediu que fizéssemos um apelo à Mesa da Assembleia para que houvesse uma comissão específica e permanente dedicada exclusivamente ao turismo. Fizemos isso no final da legislatura passada, a Mesa acatou a ideia, o plenário aprovou e eu tive o privilégio de ser eleito o primeiro presidente da história da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa.
Depois disso, fui reeleito presidente, e começamos, aos poucos, a entender a questão das instâncias, do Meet, dos processos que envolvem o setor e do investimento que o turismo precisa. Já buscamos, inclusive, alterar o orçamento para aumentar a porcentagem destinada ao turismo no próximo ano.
Um dos pontos que temos discutido na comissão é a criação dos distritos turísticos, tanto urbanos quanto náuticos. O primeiro distrito urbano foi implantado na cidade de São Paulo, e hoje já é uma realidade. O segundo conseguimos em Santos, o que é muito significativo.
O distrito urbano traz consigo a formação de um consórcio de pessoas da cidade, empresários interessados em investir, com incentivos e apoio do Estado para fomentar o turismo. É um modelo que fortalece a cidade e estimula o setor.
Estamos trabalhando nessas frentes e, felizmente, começamos com São Paulo e Santos como projetos-piloto. Agora, seguimos discutindo também a questão dos recursos que foram contingenciados recentemente.
O governador entendeu ser necessário esse ajuste, mas estamos atuando para que esses valores sejam liberados, garantindo que as prefeituras contempladas com o Recurso Cidade tenham acesso ao orçamento necessário para investir no desenvolvimento do turismo.
Diário do Litoral - Temos uma discussão muito forte na região por causa dos atrasos nas obras do VLT. Como o senhor avalia essa situação?
Paulo Correia - Eu avalio essa situação com pesar. Como eu disse, nós, enquanto Assembleia Legislativa, não participamos diretamente da questão contratual ou do diálogo com a empresa.
Tudo isso foi feito anteriormente, por meio do governo, em um processo iniciado lá atrás. Se não me engano, nem estava no meu primeiro mandato quando isso começou, então realmente não fiz parte.
Isso torna muito difícil a atuação: a gente quer questionar, quer fiscalizar, mas a interlocução é complicada. Por isso, o que continuamos fazendo é pedir atenção redobrada ao governador Tarcísio, que, aliás, sempre nos dá toda a atenção e o prestígio que merecemos.
Não temos do que reclamar nesse aspecto: ele é acessível, responde mensagens, se não na hora, depois, e sempre dá encaminhamento às nossas demandas.
O problema maior é realmente com a empresa. A questão contratual é muito complexa, cabe a nós fiscalizar, mas há limites. O que eu espero é que não haja mais atrasos nessas obras tão aguardadas pela população.
Diário do Litoral - O VLT, deputado, também pode ligar a Baixada e resolver o problema de Mobilidade que que todas as cidades têm, os moradores de todas as cidades são as cidades mais afastadas que os moradores trabalham em Santos ou que fizeram vir pra cá com alguma frequência.
Paulo Correia - Você tocou num assunto importante, que é a mobilidade regional. O problema é que nós somos, de fato, uma região metropolitana apenas no papel.
Desde o início da minha caminhada política eu chamo a AEM de “Casa de Chá”, porque, apesar de termos funcionários competentes, não há a discussão metropolitana necessária. Não somos efetivamente uma região metropolitana com ações integradas em áreas como segurança, mobilidade, turismo ou saúde.
O que acontece é que cada cidade puxa para um lado. O VLT é bom em Santos, mas em outro município o prefeito prefere o BRT; outro fala em aerotrem; outro em monotrilho... cada um toca a banda do jeito que acha melhor, e não existe a discussão metropolitana que deveria ocorrer dentro da AEM, através do Condesb. Vejo que, infelizmente, isso ainda não é realidade, apesar do esforço do prefeito Caio Amado.
Enquanto o pensamento não for metropolitano, vamos continuar sem avanços. Ainda não tivemos, por exemplo, uma reunião conjunta entre os prefeitos recém-eleitos e os deputados da região para definir prioridades.
O correto seria: qual é o nosso maior problema? É o sistema Cross? Então fazemos uma comitiva com os nove prefeitos, deputados estaduais e federais para tratar disso junto ao governo do Estado. É segurança? Vamos sentar com o secretário de Segurança e discutir ações concretas para a Operação Verão. É habitação? Vamos definir quais cidades têm prioridade, especialmente depois de tragédias como o recente incêndio na Zona Noroeste. Isso seria pensar de forma metropolitana — entender que o que acontece em um município pode refletir diretamente no vizinho.
Dou um exemplo: em Mongaguá há um equipamento que limpa o rio, mas toda a sujeira vem de Itanhaém. De lá, passa por Mongaguá e chega em Praia Grande.
Só Praia Grande tem a máquina alugada, e o resultado é que Mongaguá continua sofrendo, porque não há um trabalho integrado entre os três municípios. Essas questões não são discutidas de forma metropolitana, e isso é uma pena.
A mobilidade urbana também sofre com essa falta de integração. O VLT, por exemplo, é um projeto bonito, mas caro e mal aproveitado. Com mais de R$ 1 bilhão investidos, ainda dá prejuízo. Se já chegou a São Vicente, ótimo, é um avanço, mas poderia chegar até Praia Grande.
Imagine o impacto positivo para quem precisa se deslocar diariamente. Hoje, temos milhares de trabalhadores de Cubatão que vêm para Santos todos os dias, cerca de 30 mil pessoas. Por que não pensar em uma hidrovia entre Cubatão e Santos? Por que não um trajeto passando pela Ilha Caraguatá até Praia Grande? São projetos metropolitanos que poderiam fazer sentido.
E essa falta de integração se repete em detalhes do dia a dia. A ciclovia, por exemplo: até pouco tempo atrás, em Santos, ela acabava no José Menino. Quem vinha de moto pela rodovia para São Vicente percebia que, ao cruzar a divisa, havia uma faixa específica para motos, mas em Santos essa faixa simplesmente não existia. Só no Itararé havia um pequeno trecho, que logo desaparecia.
Ou seja: seguimos dizendo que somos a primeira região metropolitana do país, mas na prática cada um pensa no seu. Enquanto não houver essa mentalidade coletiva, vamos continuar perdendo oportunidades de avançar de verdade.
Diário do Litoral - Então, na visão do senhor, falta uma uma avaliação dos grandes problemas da Baixada Santista, mas pensando como um região metropolitana e não apenas localmente.
Paulo Correia - Esse é o segredo para que uma região metropolitana que hoje existe apenas no papel consiga avançar de verdade: interligar os assuntos, debater em conjunto e levar essas pautas tanto para a esfera estadual quanto federal. Só assim conseguimos, de forma conjunta, conquistar o que a população realmente precisa.
Afinal, a população já vive de forma metropolitana. Tudo o que fazemos precisa ser pensado regionalmente, considerando a importância do nosso porto, dos passeios ecológicos, do comércio e de outros setores. Hoje, infelizmente, cada um quer discutir apenas o seu pedaço, e essa falta de integração limita muito o progresso da região.
Diário do Litoral - Existe um movimento muito grande na região sobre a instalação das novas praças. Registramos diversos protestos da população, de vereadores. Como o senhor vê essa movimentação?
Paulo Correia - Primeiro, vejo que existe uma falta de informação, tanto para nós quanto para os munícipes. Ninguém sabe exatamente como será o pedágio nas marginais, se as pessoas da região terão isenção ou não.
Eu, por exemplo, já sei que no projeto há essas previsões, porque estive na concessionária com o consórcio de prefeitos do Vale do Ribeira e pude ouvir um pouco mais da empresa para entender melhor. Mas a população não tem acesso a essas informações, e, por falta de clareza, acaba criticando tudo e todos — o que é natural.
Acredito que falta mais publicidade e explicação sobre como será feito. Claro que ninguém é a favor de pedágio, mas essas praças free flow, como são chamadas, são parte do progresso. Não há desenvolvimento sem a contribuição do contribuinte.
Estamos ainda no começo do processo, mas temos conversado bastante com a concessionária para que dê atenção aos prefeitos e para que possamos participar de eventuais mudanças sugeridas pelos municípios, seja em questões de acesso ou de entrada.
A empresa tem se mostrado muito aberta a ouvir e a ajustar o projeto em favor dos municípios, mas tudo ainda está muito confuso.
É mais fácil criticar, cornetar, do que tentar resolver, mas eu adotei a postura de diálogo: buscar soluções junto à concessionária. Pedir: “Olha, isso aqui vai melhorar, dá pra você me ajudar nisso? Dá pra fazer audiência pública na minha cidade, levar o representante, conversar com os prefeitos?” — e, sempre que participei, percebi uma receptividade muito boa da empresa.
Diário do Litoral - Ao longo dos três mandatos consecutivos, além do que citamos aqui, o que mais o senhor gostaria de destacar entre as conquistas para a BS e Vale do Ribeira?
Paulo Correia - Olha, eu considero essa uma das conquistas mais emblemáticas dos meus três mandatos. Eu não tinha dimensão do problema porque não tinha ninguém na família com terra. Fui procurado por várias pessoas e famílias que enfrentavam dificuldades com a renovação do laudo para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Muitas vezes, a pessoa renovava o laudo, mas quando ia marcar uma nova consulta, o documento já estava vencido. Percebi que era necessária uma lei no Estado que tornasse o laudo permanente: uma vez TEA, sempre TEA.
Apresentei o projeto de lei no início do mandato do governador Tarcísio. Infelizmente, por uma orientação equivocada da equipe técnica, ele vetou o projeto, alegando que havia “cura” para o TEA. Isso gerou uma comoção nacional.
De Marcos Bignion à família mais humilde do Vale do Ribeira, houve manifestações em defesa da causa. Nas redes sociais, o governador foi duramente criticado, e como autor da lei, eu fui procurado por todos os meios de comunicação do país.
Nesse momento, é importante saber quando falar, quando agir e quando agir com paciência. Eu mantive diálogo constante com o governador Tarcísio e a primeira-dama Cris, confiando na sensibilidade deles.
Expliquei que havia sido uma questão técnica, e que a lei precisava ser aprovada. Após alguns encontros, o governador reconheceu o erro, pediu desculpas publicamente e autorizou que eu levasse o assunto ao presidente da Assembleia para derrubar o veto.
Derrubar o veto do governador não é fácil, mas conseguimos. Assim que o veto foi derrubado, o projeto foi enviado para promulgação pela Assembleia Legislativa, independente do Executivo. O governador, inclusive, fez questão de promulgar a lei em um grande evento no Palácio, chamando todas as entidades envolvidas.
Foi um momento emocionante, porque eu vi o impacto real na vida das pessoas: agora, elas não precisam mais renovar o laudo constantemente. Ainda precisam fazer exames para verificar alterações no grau, mas a burocracia foi reduzida significativamente.
Esse projeto mudou a vida de muitas pessoas, e isso é extremamente gratificante. É o tipo de trabalho que mostra o propósito de entrar na vida pública: transformar o dia a dia das pessoas. Recebo constantemente testemunhos de pais e familiares que dizem:
“Hoje consigo ir à escola sem me preocupar com a renovação do laudo.” Isso dá um orgulho enorme.
Além disso, desenvolvemos outros projetos voltados para pessoas com TEA. Por exemplo:
Tudo isso surgiu da necessidade de reduzir a desinformação e criar políticas que realmente atendam à população. O diagnóstico de TEA evoluiu muito nos últimos anos, e nosso trabalho acompanha essa evolução. Hoje, com mais informação e políticas públicas adequadas, conseguimos transformar efetivamente a vida dessas pessoas.
Diário do Litoral - Em 2026 a região irá contar novamente com o senhor como opção nas urnas para a Assembleia Legislativa de SP?
Paulo Correia - Olha, pode contar comigo, é claro, e espero poder contar com eles para ser reconduzido. Como eu disse, tudo isso depende da aprovação do trabalho. Acho que temos muito trabalho para apresentar, estamos no caminho certo e em um patamar diferenciado em termos de resultados e entregas.
Claro, a decisão depende da população, mas eu coloco meu nome à disposição mais uma vez. Essa será minha oitava disputa com meu nome nas urnas, então já me considero um “velho novo” ou um “novo velho” no cenário estadual.
No início da carreira, como disse antes, a gente demora para aprender o trâmite, como tudo funciona. Passei muito tempo sem entender totalmente, mas agora aprendi a caminhar por esses caminhos. Com essa experiência, acredito que posso contribuir ainda mais, usando o conhecimento que adquiri ao longo dos anos.
Diário do Litoral - Temos pela frente pouco menos de um ano e meio de mandato. O que a população pode esperar de agora para frente e quais serão as prioridades?
Paulo Correia - Pode esperar de mim o que sempre demonstrei desde o primeiro dia em que assumi como deputado: eu não paro. Trabalho sempre de domingo a domingo. Quando consigo, tiro um dia por semana para ficar com a família, mas mesmo nos feriados estou na estrada, atendendo demandas.
Sou apaixonado pelo que faço. Quando você exerce uma função que ama, isso não dá preguiça: você acorda todos os dias com vontade de fazer mais, de se superar, de fazer melhor do que já fez. A população pode esperar de mim dedicação total, porque tudo o que faço é por amor e por vocação.