08 de Maio de 2024 • 19:22
Gilmar Mendes voltou a criticar na manhã desta sexta-feira (24) os vazamentos de informações sigilosas / Agência Brasil
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Gilmar Mendes, voltou a criticar na manhã desta sexta-feira (24) os vazamentos de informações sigilosas, destacando que isso enfraquece as instituições "como se o Brasil fosse um país de trambiques".
"Eu deploro seriamente e exijo que nós façamos a devida investigação desse vazamento agora lamentavelmente ocorrido. Eu acho que isso fala mal das instituições. É como se o Brasil fosse um país de trambiques, de infrações", disse o ministro em seminário sobre reforma política no tribunal.
Mendes ressaltou que vai providenciar a investigação dos vazamentos de depoimentos de executivos da Odebrecht. "Isso não pode ser sistematizado. Ou se tem lei, ou se pede a divulgação e se quebra o sigilo. Agora, o vazamento feito por autoridade pública é crime e vamos investigar".
Nesta quinta (23), parte do depoimento de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira e herdeiro do grupo, foi revelado pelo site "O Antagonista". A Folha de S.Paulo também teve acesso ao documento na íntegra.
Entre outras coisas, Marcelo afirmou, em fala no dia 1º de março, que a ex-presidente Dilma Rousseff sabia dos pagamentos de caixa dois à campanha eleitoral de 2014, apontando os ex-ministros petistas Guido Mantega e Antonio Palocci como interlocutores dos repasses. Disse ainda não ter recebido pedido "específico" do presidente Michel Temer.
Na terça (21), Gilmar Mendes já havia criticado vazamentos, mas em referência à operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na sexta passada (17). Na ocasião, o ministro classificou a divulgação de dados sob sigilo como uma "forma de chantagem implícita ou explícita". "É uma desmoralização da autoridade pública".
Em meio à defesa da reforma política, nesta sexta, Gilmar Mendes interveio a favor da classe política e afirmou que não "adianta satanizar, demonizar". "É preciso melhorar a qualidade, se incentivar as vocações, chamar os jovens, mas não imaginar que a política vai ser feita por promotores ou juízes, porque eles serão somente substitutos".
Aproveitando o gancho, atacou as 10 medidas contra a corrupção, enviadas pelo Ministério Público Federal ao Congresso. "Muitas delas eram ruins. Quem se inspirou para fazer isso tinha o espírito autoritário. Mas queriam que o Congresso aprovasse todas essas pílulas amargas".
Ainda atacou a lei da Ficha Limpa, à qual chamou de "geringonça". "Temos sofrido muito. Parecia feita com por bêbados". Mendes defendeu a importância de projetos de iniciativa popular, caso da legislação, porém afirmou que não se pode permitir a "intervenção" de corporações com interesses "específicos".
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