Milhares de argentinos foram às ruas, na última quinta-feira (8), em várias partes do país e em cidades do exterior para protestar contra o governo de Cristina Kirchner. Convocado pelas redes sociais, o panelaço exibiu demandas heterogêneas e um grande poder de mobilização. Sem a participação aparente dos partidos políticos, os manifestantes portaram inúmeros cartazes, e as bandeiras nacionais foram presença imponente. O hino nacional foi entoado em vários pontos do protesto que reuniu dois milhões de pessoas em todo o país, conforme estimativas do governo da cidade de Buenos Aires. Somente na capital foram 700 mil manifestantes.
Os argentinos reivindicaram mais segurança, menos inflação, transparência das estatísticas oficiais, independência dos poderes, fim das barreiras contra as importações e pagamento aos aposentados, entre outros pedidos. Também se manifestaram contra a possibilidade de uma reforma constitucional que habilitaria Cristina a concorrer a um terceiro mandato. Esse foi o segundo panelaço contra a presidente nesse primeiro ano após sua reeleição esmagadora com 54% dos votos.
Pesquisa, da consultoria Poliarquia, revelou que 66% da população acreditam que a presidente perdeu o poder de iniciativa administrativa. Os manifestantes mobilizados pela capital federal, inclusive em frente à residência oficial de Olivos, onde a concentração foi enorme, também pediram liberdade de expressão, o fim do estilo bélico de Cristina, que divide a sociedade argentina, e que o governo não minta para a população.
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