Política

Lula promete 'lutar com unhas afiadas' por Dilma

Em palestra no Museu Nacional, o ex-presidente disse que Dilma é vítima de "preconceito" por parte da elite brasileira e sofre "falta de respeito" por ser mulher

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 23/07/2013 às 23:33

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 23, que vai lutar com "unhas afiadas" para defender a presidente Dilma Rousseff de ataques dos adversários. Em palestra no Museu Nacional, Lula disse que Dilma é vítima de "preconceito" por parte da elite brasileira e sofre "falta de respeito" por ser mulher.

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"Dilma não é mais do que uma extensão da gente lá. Nós seremos responsáveis pelos acertos e pelos erros que ela cometer", afirmou Lula. Aplaudido pela plateia, formada em sua maioria por negros que participavam do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, o ex-presidente disse que os "conservadores" começam a "colocar as unhas de fora" para tirar o PT do poder, em 2014 e prometeu ajudar Dilma.

"Eles estão com preconceito contra Dilma maior do que o que tinham contra mim. É a maior falta de respeito a uma mulher da qualidade da Dilma Rousseff. Será que eles têm essa falta de respeito com a mãe deles, com a mulher deles, como têm com a Dilma?", perguntou. Apesar da fragilidade política do governo, Lula acha que Dilma vai superar os problemas. "Tenho a convicção de que ela está no caminho certo, a despeito das dificuldades que enfrenta."

Para Lula, a inflação é um "mal a ser extirpado da política econômica" e o governo precisa fazer um "esforço monstruoso" para impedir seu retorno.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai lutar com

Plebiscito. Em entrevista, Lula saiu em defesa do programa Mais Médicos e do plebiscito proposto por Dilma - e descartado pelo Congresso - para fazer a reforma política. "Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos estrangeiros", disse. "Vamos fazer a reforma política, vamos fazer plebiscito. Por que temos medo dessas coisas?"

Ele descartou o "Volta, Lula", que começou a ser entoado no próprio PT. "Não existe essa possibilidade. Eu, se pudesse, ia voltar a jogar bola, mas o Felipão parece que não está me olhando com bons olhos", brincou.

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Não faltaram no evento gritos de "Volta, Lula" nem o habitual coro de "olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". O ex-presidente sorriu e disse: "Se alguém pensa que Lulinha está com 67 anos, pegou câncer e está velho, saiba que com pernambucano não acontece isso. Eu vou continuar incomodando."

Também alfinetou o PMDB ao falar sobre o número de ministérios. "Estou vendo um zum-zum-zum na imprensa de que tem gente que vai pedir para a Dilma reduzir o número de ministérios. Fiquem espertos porque ninguém vai querer acabar com o Ministério da Fazenda nem com o da Defesa. Vão tentar mexer no Ministério da Igualdade Racial, no das Mulheres e no dos Direitos Humanos", advertiu.

A proposta de cortar 14 dos 39 ministérios foi apresentada pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). Lula mostrou-se cauteloso ao comentar os atritos do PT com Dilma, por causa de sua ausência na reunião do diretório petista no sábado. "O PT apoia 150% a presidente e não há hipótese de haver divergência que não seja superada." E não faltaram críticas à imprensa. "Ontem (segunda-feira) eu vi o papa beijar a nossa Dilma nas duas bochechas e não vi isso em jornal nenhum. A gente não tem que ficar com raiva porque Deus estava vendo", afirmou.

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