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Política

'Lula lá': Com vozes de Pabllo Vittar e outros, PT lança Lula como seu candidato à presidência

O petista buscou se contrapor ao principal adversário na disputa, o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele é autoritário e ataca a soberania, a democracia e as instituições

Jeferson Marques

Publicado em 07/05/2022 às 20:13

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Guilherme Gandolfi/Facebook//Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pregou o resgate da soberania nacional, defendeu a Petrobras e repisou falas em prol da criação de empregos e do combate à fome ao lançar neste sábado (7) sua pré-candidatura à Presidência da República em chapa com Geraldo Alckmin (PSB) de vice.

"O grave momento que o país atravessa, um dos mais graves da nossa história, nos obriga a superar eventuais divergências", disse, diante de uma imagem da bandeira do Brasil. "Queremos unir os democratas de todas as origens e matizes [...] para enfrentar a ameaça totalitária."

O petista buscou se contrapor ao principal adversário na disputa, o presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que ele é autoritário e ataca a soberania, a democracia e as instituições. Acusou-o de mentir para esconder sua incompetência e de destruir o que foi construído nos anos do PT no governo.

Em aceno ao eleitorado evangélico do rival, disse que o mandatário "não é digno do título o governante incapaz de verter uma única lágrima diante de seres humanos revirando lixo em busca de comida, ou dos mais de 660 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid. Pode até se dizer cristão, mas não tem amor ao próximo".

Lula afirmou que o atual governo agiu com irresponsabilidade diante da pandemia de Covid-19 e elogiou o trabalho do SUS (Sistema Único de Saúde).

O discurso escolheu temas como inflação e desemprego para fustigar Bolsonaro e, em um momento de disparada dos preços de combustíveis, com discussões sobre a política de preços da Petrobras, defendeu a soberania energética e responsabilizou o atual governo.

"O resultado desse desmonte é que somos autossuficientes em petróleo, mas pagamos por uma das gasolinas mais caras do mundo, cotada em dólar, enquanto os brasileiros recebem os seus salários em real", disse o ex-presidente, que buscou exaltar legados de sua gestão.

"Não esperem de mim ressentimentos, mágoas ou desejo de vingança", afirmou Lula em alusão às condenações que sofreu na Operação Lava Jato, hoje anuladas.

O petista também falou em defesa do ambiente e do combate à crise climática, com a transição para um novo modelo de desenvolvimento sustentável, dos investimentos em educação, da retomada do consumo, do reconhecimento da cultura como setor importante.

"Precisamos de livros em vez de armas", disse, em alfinetada às medidas de Bolsonaro em defesa do armamento da população e à perseguição a artistas.

O ex-presidente fez ainda sinalizações aos povos indígenas, às mulheres e à população LGBTQIA+, parcelas da população em que Bolsonaro tem seus maiores índices de rejeição.

"Nunca foi tão fácil escolher", disse. "Para sair da crise, o Brasil precisa voltar a ser um país normal. A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É imperioso que cada um volte a tratar dos assuntos de sua competência", acrescentou, pedindo o fim de chantagens verbais e tensões artificiais.

Disse ainda ser preciso que "o fascismo seja devolvido ao esgoto da história de onde jamais deveria ter saído". Segundo ele, o ato foi um chamado aos democratas que desejam reerguer o país e os apoiadores devem ajudá-lo a organizar "a maior revolução pacífica" da história.

"É proibido ter medo de provocação, de fake news. Nós vamos vencer essa disputa pela democracia distribuindo sorriso, carinho, amor, paz, e criando harmonia."

Líder das pesquisas de intenção de voto para outubro, mas pressionado por aliados nas últimas semanas por tropeços de comunicação e problemas internos na coordenação da campanha, Lula leu o discurso em tom protocolar, em vez de falar de improviso, como vinha fazendo em suas aparições.

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