A prisão de Jair Bolsonaro é a primeira de um ex-presidente brasileiro por tentativa de golpe de Estado / Antonio Augusto/STF
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O ex-presidente Jair Bolsonaro será internado na manhã desta quarta-feira (24) no hospital DF Star, em Brasília, para a realização de uma cirurgia marcada para o dia de Natal. O procedimento, focado na correção de uma hérnia inguinal bilateral, foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após uma perícia da Polícia Federal (PF) confirmar a necessidade da intervenção médica.
Bolsonaro, que cumpre pena de 27 anos por tentativa de golpe de Estado, terá o quadro clínico monitorado de perto, com a divulgação de boletins diários pela equipe médica liderada pelo cirurgião-geral Cláudio Birolini.
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O cronograma hospitalar prevê que as primeiras horas de internação sejam dedicadas a uma bateria rigorosa de exames clínicos, laboratoriais e de imagem para garantir a segurança da anestesia geral.
A cirurgia, programada para a manhã de quinta-feira (25), deve durar entre três e quatro horas e tem como objetivo reforçar a musculatura da virilha, onde parte do intestino se projeta por pontos enfraquecidos.
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Além da correção da hérnia, os médicos avaliam o momento exato para realizar um bloqueio anestésico no nervo frênico, uma tentativa de interromper as crises persistentes de soluços que têm afetado o ex-presidente nos últimos meses ao estimular o músculo diafragma de forma irregular.
A decisão de Moraes para liberar a saída da Superintendência da Polícia Federal ocorreu após a defesa solicitar o preparo cirúrgico fora da unidade prisional. Embora o ministro tenha ressaltado que a cirurgia é considerada eletiva e não uma emergência imediata, ele seguiu a orientação técnica que sugeria a intervenção "o mais breve possível".
Durante todo o período de internação, que deve durar entre cinco e sete dias para recuperação e fisioterapia respiratória, Bolsonaro será acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A presença de seus filhos, Flávio e Carlos Bolsonaro, ainda depende de autorização judicial específica para ser liberada.
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A fase pós-operatória será marcada por um controle rigoroso de dor e medidas preventivas contra trombose, dada a complexidade do histórico de cirurgias abdominais de Bolsonaro. O monitoramento contínuo das funções vitais será mantido até que ele apresente condições seguras de retornar à carceragem da Polícia Federal.
Mesmo com a autorização para o tratamento médico, o ministro Alexandre de Moraes enfatizou que a medida não interfere no andamento ou na execução da pena imposta pelo STF, mantendo o rigor do regime ao qual o ex-presidente está submetido.