Política
O pedido inusitado foi feito durante o interrogatório de Bolsonaro no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro
Bolsonaro é o sexto a falar nesta fase do julgamento no STF / Reprodução / TV Justiça
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O ex-presidente Jair Bolsonaro fez um convite para que o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seja seu vice em uma chapa presidencial nas eleições de 2026.
O pedido foi feito durante o interrogatório de Bolsonaro no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro.
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"Posso fazer uma brincadeira?", provocou Bolsonaro iniciando o diálogo.
"O senhor quem sabe. Eu perguntaria aos seus advogados", rebateu Moraes.
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"Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026", devolveu o ex-presidente.
"Eu declino novamente", finalizou Moraes.
A fala de Bolsonaro arrancou gargalhadas dos presentes. Ele é o sexto a falar nesta fase do julgamento no STF.
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Mais cedo, ele pediu desculpas por imputar crimes a nomes do STF e da Justiça Eleitoral no processo eleitoral de 2022.
Na ocasião, ele disse que Edson Fachin e Luís Riberto Barroso receberam 30 milhões de dólares e Moraes teria recebido outros 50 milhões de dólares. O dinheiro teria sido usado para permitir supostas fraudes durante as eleições daquele ano.
“Quais eram os indícios que o senhor tinha que nós estaríamos levando 50 milhões, 30 milhões de dólares?”, iniciou o ministro do STF.
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“Não tenho indício nenhum, senhor ministro. Tanto é que era um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fossem outros três ocupando, teria falado a mesma coisa. Então me desculpem, não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta dos senhores três”, respondeu o ex-presidente.
Apesar de alegar o contrário em falas e publicações na internet, Bolsonaro afirmou que sempre defendeu o voto impresso e ressaltou que outras lideranças políticas já haviam comentado a respeito da segurança do sistema.
Os acusados da trama golpista de 2022 começaram a ser ouvidos nesta semana. Os primeiros foram o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Alexandre Ramagem, hoje deputado federal e ex-chefe da Abin.
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Nesta terça, foi a vez de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e de Jair Bolsonaro. Os depoimentos marcam o fim da instrução processual. A fase reúne provas para embasar o julgamento.
Veja a lista dos principais acusados que já depuseram ou que ainda vão depor:
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-chefe da Abin
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
Jair Bolsonaro, ex-presidente
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro
Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa para a reeleição do ex-presidente.
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Preso no Rio de Janeiro e acompanhando o processo por videoconferência, Braga Netto irá depor virtualmente.