Política
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante defendeu que a residência médica se torne obrigatória ao final dos seis anos de graduação para algumas atividades da medicina
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O Governo Federal desistiu de aumentar dois anos nos cursos de graduação de medicina do País. A medida foi anunciada, hoje (31), pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. A ideia de aumentar de seis para oito anos o tempo da graduação, com os dois últimos anos de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS), não agradou a classe médica.
“Os estudantes de medicina já atuam no SUS nos últimos anos da faculdade. É só perguntar aos diretores das universidades da Região. Os alunos do quinto e sexto ano trabalham no Guilherme Álvaro, na Santa Casa e nas unidades básicas de saúde da Baixada”, explicou o presidente do Sindicato dos Médicos de Santos e Região (Sindimed), Norberto Valentim da Silva.
Hoje (31), cerca de 20 médicos da Região se reuniram em frente à Associação Paulista de Medicina (APM), na Avenida Ana Costa, para protestar contra as medidas do Programa Mais Médicos. “Esta medida é totalmente inadequada. O Governo não nos ouve, o SUS está abandonado. O Programa Mais Médicos é só um tapa buraco. O que eles precisam fazer é estruturar melhor o sistema público de saúde”, comentou a presidente da APM, Lourdes Teixeira Henriques.
A princípio, os médicos iriam em passeata até a Praça da Independência, mas a baixa adesão os impediu. Mesmo assim, eles confeccionaram cartazes para se unir aos manifestantes em São Paulo. A categoria também protestou na Avenida Paulista.
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“Queremos que o Governo faça a sua parte. Nós já temos médicos suficientes. Não somos contra a inserção dos médicos estrangeiros, mas achamos que eles precisam fazer o Revalida”, defende o médico Marcelo Quinto, secretário do Sindimed e diretor da Federação Nacional dos Médicos.
Segundo o presidente do Sindimed, atualmente, o País conta com mais de 380 mil médicos. “O problema é que eles estão concentrados no Sul e no Sudeste. Por que não no Nordeste? Porque o médico não vai para um lugar que não tenho estrutura suficiente de atendimento. Um médico não atua sozinho, precisa de enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais de saúde. O Governo pensou nisso?”, questiona Valentim.
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