Política

Emails de Epstein citam suposta ligação com Lula na prisão e elogios a Bolsonaro

Troca de mensagens menciona telefonema intermediado por Chomsky em 2018; governo brasileiro nega e diz que ligação "nunca aconteceu"

Giovanna Camiotto

Publicado em 14/11/2025 às 10:25

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Relação entre Trump e Epstein volta ao centro do debate após protesto no Reino Unido / Domínio Público

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A divulgação de novos e-mails de Jeffrey Epstein nesta semana por parlamentares republicanos dos Estados Unidos reacendeu o debate sobre a influência política mantida pelo financista, acusado de abuso e tráfico sexual.

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Entre as mensagens, Epstein afirma ter recebido uma ligação de Noam Chomsky junto com Luiz Inácio Lula da Silva na linha telefônica, uma informação que o governo brasileiro nega categoricamente.

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As mensagens são de setembro de 2018, época em que Chomsky visitou o presidente brasileiro na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Contudo, os e-mails não deixam claro se o Lula teria participado diretamente da conversa. Em nota, a Secretaria da Presidência afirmou: “A citada ligação telefônica nunca aconteceu.”

Especialistas também questionam a possibilidade do episódio. Segundo o advogado criminal Pedro Paulo de Medeiros, conselheiro federal da OAB, uma chamada telefônica desse tipo seria incompatível com as regras da carceragem da PF. “Nem o preso podia ter aparelho celular, nem visitantes podiam ingressar com telefone ou outro meio próprio de comunicação”, afirmou.

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Interferência nas eleições?

A troca de e-mails inclui ainda comentários sobre a eleição brasileira daquele ano. Em uma das mensagens, o interlocutor de Epstein escreve: “Diga a ele que meu garoto vai vencer a eleição no primeiro turno.”

Logo depois, Epstein menciona suposta “mensagem de Lula ao PT” relacionada à mobilização partidária. Em outro trecho, o financista afirma: “Bolsonara [sic] the real deal.”

Os diálogos, de tom disperso e sem contexto detalhado, também abordam política latino-americana. Epstein afirma que a Argentina seria o “próximo país a colapsar”, ao que o interlocutor responde que o país precisaria “de um populista”. Em outra mensagem, o financista escreve: “Não sei por que são tão sujos, visto que há tantas empregadas domésticas.”

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Investimento potente

Outra porção dos e-mails, de janeiro de 2013, discute o Brasil como “mercado quente para investimento”, com menções a negociações envolvendo caças e acordos internacionais de defesa. O interlocutor diz estar em contato com alguém da Suécia que alegava trabalhar “com o presidente brasileiro, com Obama, com Warren Buffet”.

A publicação dos documentos ocorreu após democratas divulgarem emails sugerindo que o presidente norte-americano Donald Trump teria conhecimento dos abusos cometidos por Epstein contra menores de idades.

Trump rebateu afirmando que o partido estaria tentando “ressuscitar a farsa de Jeffrey Epstein” para desviar atenções políticas. O ex-presidente reconhece ter sido próximo do financista nos anos 1990, mas afirma ter rompido a relação após uma disputa imobiliária.

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Jeffrey Epstein foi encontrado morto em 2019, em uma prisão de Manhattan, em caso registrado como suicídio. O escândalo internacional envolvendo o financista e sua rede de exploração sexual permanece altamente sensível no cenário político americano, especialmente entre apoiadores de Trump, que agora pressionam pela divulgação completa dos arquivos.

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