Política

Em reação a Moro, Santana diz estar 'à disposição' do juiz para depor

A defesa do marqueteiro protocolou petição na qual informa que prestará depoimento tão logo seja convocado pelo magistrado

Folhapress

Publicado em 21/02/2016 às 16:30

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Em reação a Sérgio Moro, João Santana diz estar 'à disposição' do juiz para depor / Divulgação

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A defesa do marqueteiro João Santana protocolou petição na qual informa ao juiz federal Sergio Moro que prestará depoimento tão logo seja convocado pelo magistrado, responsável pelos processos relativos à Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras.

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A petição é uma reação ao despacho em que Moro negou o acesso de Santana ao inquérito sobre pagamentos da empreiteira Odebrecht feitos a ele, no qual apontou que o marqueteiro poderia "antecipar-se à conclusão da investigação e esclarecer junto à autoridade policial seu eventual relacionamento com o grupo Odebrecht".A manifestação assinada pelos criminalistas Fábio Tofic Simantob e Débora Gonçalves Perez aponta que Santana e a mulher dele, Mônica Moura, estão à disposição de Moro e de outras autoridades "para prestar todos os esclarecimentos necessários à descoberta da verdade".

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Na petição, os criminalistas afirmam que depoimentos de Santana e sua mulher em caráter preliminar poderão "evitar conclusões precipitadas e prevenir danos irreparáveis que costumam se seguir a elas, mormente porque neste caso os prejuízos extrapolariam o conturbado cenário político brasileiro, pois os peticionários estão hoje incumbidos da campanha de reeleição do Presidente Danilo Medina, da República Dominicana".

A defesa aponta que nem o fato de Santana e Moura estarem trabalhando fora do Brasil "seria motivo impeditivo para o comparecimento, já que tão logo agendado o depoimento -e não havendo incompatibilidade de agenda- os peticionários se comprometem a comparecer independente de intimação pessoal, a qual poderá ser feita na pessoa do advogado subscritor".

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Os defensores alegam que seus clientes "fogem completamente ao perfil de investigados nesta Operação Lava Jato" e "não são nem nunca foram operadores de propina ou lobistas".

Por fim, a defesa diz que aguarda "o chamamento para oitiva em data a ser previamente acertada com o advogado".

Em despacho anterior, Moro afirmou que abertura dos dados ao publicitário poderia pôr em risco o rastreamento de recursos financeiros ou mesmo levar à destruição de provas.

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"Foram instauradas investigações que ainda tramitam em sigilo. Medida como rastreamento financeiro demanda para sua eficácia sigilo sob risco de dissipação dos registros ou dos ativos. Como diz o ditado, dinheiro tem coração de coelho e patas de lebre", escreveu o juiz, em despacho datado de terça (16).

No último dia 12, a Folha de S.Paulo revelou que a Lava Jato investiga indícios de pagamentos da Odebrecht ao marqueteiro das campanhas presidenciais em contas no exterior.

Na ocasião, tanto a Odebrecht quanto Santana se recusaram a comentar, alegando que não tiveram acesso ao inquérito, conduzido pela Polícia Federal em Curitiba.

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A investigação tem um de seus focos em valores recebidos por Santana em 2014, quando ele fez as campanhas de Dilma, no Brasil, e de José Domingo Arias, derrotado no Panamá -país onde a Odebrecht tem forte atuação.

Logo após a publicação da reportagem, advogados do marqueteiro pediram acesso à investigação junto à 13ª Vara Federal de Curitiba.

Na negativa, Moro escreveu que o fato de "jornais e revistas terem especulado" sobre a investigação não altera a necessidade de sigilo.
No despacho, Moro menciona ainda manuscrito encontrado na casa do lobista Zwi Skornicki, apontado pelo delator Pedro Barusco como intermediário de propina.
O documento é uma carta escrita por Mônica Moura, mulher e sócia de Santana, indicando contas no Reino Unido e nos EUA. A informação foi revelada pela revista "Veja", em janeiro.
"Eventuais condutas criminosas [de Zkornicki] ainda estão em fase de apuração [...] Caso o requerente [Santana] tenha de fato alguma relação com referida pessoa poderá igualmente antecipar seus esclarecimentos à autoridade policial", escreveu Moro.

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