X

Política

Dyogo prevê crescimento de 2,5% ou 'até mais' para PIB de 2018

Ministro disse que, após um ano bastante difícil, o 2017 termina com uma sinalização de recuperação muito forte da atividade econômica

Estadão Conteúdo

Publicado em 07/12/2017 às 20:30

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Para o minsitro, o Brasil está entrando num ciclo econômico de crescimento saudável de oito a 12 anos / Agência Brasil

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, avaliou que já se percebe entre os empresários até uma certa euforia com a economia brasileira. Em café de fim de ano com os jornalistas, ele afirmou que, após um ano bastante difícil, o 2017 termina com uma sinalização de recuperação muito forte da atividade econômica. Previu crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,5% ou "até mais" em 2018, mas advertiu que esse ritmo está aquém do potencial da economia brasileira.

Para ele, o Brasil está entrando num ciclo econômico de crescimento saudável de oito a 12 anos. Ele advertiu que a continuidade desse processo dependerá da aprovação das reforma da Previdência.

Segundo Dyogo, o crescimento em 2018 será equilibrado, ocorrendo em vários setores. "Não haverá um único setor puxando a economia", previu. "Tivemos um ano em que a política econômica produziu efeitos muito importantes, depois de uma recessão profunda", disse, que destacou que esse cenário não aconteceu por acaso, mas é fruto de um conjunto de medidas adotadas pelo governo nos últimos 18 meses. Na sua avaliação, esse quadro se reflete em indicadores concretos e expectativas. "O conceito dessas expectativas está baseado na continuidade do processo de reformas", afirmou.

Dyogo citou como o exemplo a queda do risco-País para 170 pontos, nível menor comparando com o tamanho do serviço da dívida do setor público.

Segundo ele, o chamado "carry-over" (crescimento transferido de um ano para outro) já está em 1%. "É pouco provável que tenhamos um PIB abaixo de 1% em 2017", disse. Oliveira avaliou que o crescimento será bastante equilibrado.

O ministro do Planejamento citou a recuperação do mercado de trabalho até mesmo surpreendendo em relação ao que se esperava inicialmente, com mais de 300 mil empregos e o desemprego caindo 13,7% para 12,2%. "Tudo isso cria uma base de segurança para o trabalhador e se reflete na expansão do consumo.

Reformas

A melhora do ambiente econômico está "intimamente ligada" à agenda de reformas, disse Dyogo Oliveira. Segundo ele, se a reforma da Previdência não for aprovada, a reversão pode ser muito rápida, já no ano que vem. "Não é porque o ambiente melhorou que não precisa fazer a reforma da Previdência", afirmou.

Ele comentou que há hoje um "prêmio-governo" ou "prêmio-reforma" embutido nos indicadores que refletem a situação da economia, como o risco País. Pelo tamanho do serviço da dívida, a desconfiança dos investidores deveria impactar negativamente esses índices - o risco País deveria estar em 400 pontos, por exemplo. Mas o "prêmio" mostra que eles ainda dão ao governo um voto de confiança pela continuidade das reformas. "Quando não se avança nas reformas, pode perder esse prêmio e perder muito rápido", alertou o ministro. "Deixar reforma para 2019 vai trazer mais volatilidade e pode perder parte considerável desse prêmio", acrescentou.

O ministro demonstrou otimismo com a aprovação da proposta. "Vejo nas conversas com parlamentares que há compreensão da necessidade da reforma da Previdência. Há convencimento", disse

Segundo o ministro do Planejamento, as últimas modificações permitiram que os pontos "críticos" aos parlamentares fossem retirados, o que facilitou o diálogo. Uma das mudanças foi a manutenção da exigência de tempo mínimo de contribuição para aposentadoria no INSS em 15 anos, em vez de elevar para 25 anos.

Dyogo Oliveira explicou que o governo concluiu que os 25 anos seriam um nível "muito elevado" para trabalhadores de menor renda, que às vezes têm maior rotatividade. O impacto de redução no tempo de contribuição no INSS não é muito grande em termos recursos, mas é significativo para melhorar a articulação e reduzir as resistências, afirmou. "O projeto atual é palatável do ponto de vista político", disse. Ele ressaltou que nenhuma das medidas afeta direitos adquiridos, o que é um ponto positivo para torná-la politicamente viável.

Cenários

Sem a aprovação da reforma da Previdência, a dívida pública brasileira pode chegar a 100% do PIB em 2021 devido à sucessão de déficits e à piora nas expectativas para a economia, alertou o ministro do Planejamento. "Não temos como sustentar dívida de 100% do PIB", disse em café da manhã com jornalistas.

Com a reforma da Previdência, a perspectiva ainda é de dívida elevada, mas em patamar estável em torno de 80% do PIB. Essa melhora se daria principalmente pela recuperação do crescimento

Segundo Oliveira, o cenário de dívida em 100% "é factível e preocupante". "O Brasil chegar a esse nível não é a mesma coisa do que 100% de dívida em países de maior renda per capita", avisou.

Reforma tributária

Depois da aprovação da reforma da Previdência, o ministro do Planejamento disse que a pauta será a reforma tributária. Segundo ele, a aprovação da mudança no sistema tributário ajudará a aumentar um PIB potencial mais alto.

Em balanço de 2017 durante café da manhã com jornalistas econômicos, o ministro disse que a queda de juros para 7% ao ano (menor nível da história) reforça o ambiente muito positivo para 2018.

Para ele, os fundamentos gerais da economia são muito saudáveis e projetam um crescimento para 2018 equilibrado.

Apesar do otimismo com crescimento e economia no ano que vem, Dyogo Oliveira reconheceu que o Estado brasileiro ainda é atrasado e ineficiente. Para ele, os fundamentos gerais da economia são muito saudáveis e projetam um crescimento para 2018 equilibrado.

Na avaliação do ministro, há desperdício e recursos mal alocados Ele citou o caso do benefício do auxílio-doença que passou por um pente-fino que mostrou um corte de 80%.

O ministro citou também a redução de 43 mil empregados das estatais. Segundo ele, o governo dará continuidade ao processo de revisão das despesas e modificação das politicas, como já foi feito com o Fies e o auxílio-doença.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cubatão

Ilha Caraguatá avança no processo de regularização fundiária

Diário do Litoral entrevistou responsáveis pelo andamento do procedimento

Praia Grande

Festa da Tainha de Praia Grande já tem data e chega em junho; veja horários

A festa será realizada no Pavilhão de eventos Jair Rodrigues, localizado na Rua Savério Fittipaldi, 78, no bairro Quietude

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter