Política

Dilma trabalhava com a candidatura de Marina

Na avaliação da presidente, a dupla Campos e Marina desbancará o senador tucano Aécio Neves (MG) do posto de principal nome da oposição

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/10/2013 às 21:30

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A presidente Dilma Rousseff considera que a decisão de Marina Silva de se filiar ao PSB dará à aliança condições de disputar o espaço da oposição na disputa presidencial do ano que vem, e não uma terceira via para que o eleitor possa fugir da velha disputa entre o PT e o PSDB. Na avaliação de Dilma e de integrantes de sua equipe, a dupla Campos e Marina desbancará o senador tucano Aécio Neves (MG) do posto de principal nome da oposição.

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De acordo com informação de bastidores do governo, Dilma ficou surpresa não só com a decisão que levou à filiação de Marina Silva ao PSB, mas com o tom considerado rancoroso da ex-ministra em relação ao governo atual. A presidente Dilma e seus principais assessores na pré-campanha trabalhavam com a certeza de que Marina se abrigaria em um partido, viabilizando a candidatura dela. Mas a aposta para o futuro da ex-ministra era PPS.

De Nova York, onde está para reunião com empresários, o presidente do PSDB e pré-candidato Aécio Neves disse, por intermédio de nota, que a decisão tomada por Marina Silva é também uma reposta "às ações autoritárias do PT, especialmente aos membros do partido que chegaram a comemorar antecipadamente a exclusão da ex-senadora do quadro eleitoral do próximo ano, com a impossibilidade de criação da Rede".

Para Aécio Neves, a filiação de Marina Silva não vai tomar o seu lugar na oposição, como pensa a presidente. Para ele, "a presença de Marina Silva fortalece o campo político das oposições e contribui para o debate de ideias e propostas, tão necessários para colocar fim a esse ciclo de governo do PT que tanto mal vem fazendo ao País".

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A presidente Dilma Rousseff trabalhava com a candidatura de Marina Silva (Foto: Agência Brasil)

A notícia da aliança entre a ex-ministra Marina Silva e o governador Eduardo Campos (PSB) para as eleições do ano que vem pegou de surpresa a equipe que já trabalha na pré-campanha do senador Aécio Neves pelo PSDB. "É muito difícil que, no Brasil, uma operação política dessa magnitude tenha sido conduzida nesse vulto", afirmou o senador tucano Aloysio Nunes (SP), que já acompanha Aécio em suas viagens de fim de semana pelo País.

De acordo com o senador tucano, ainda é cedo para avaliar os impactos diretos da decisão nas intenções de voto de cada candidato. "Agora vamos ter duas candidaturas muito fortes de oposição ao governo. Dessa forma, com certeza teremos os segundo turno". ressaltou o tucano.

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Embora afirme que o PSDB e PSB vão trabalhar juntos no projeto de oposição na campanha, o deputado tucano Marcus Pestana (MG), um dos principais cabos eleitorais de Aécio Neves, destaca que a legenda dispõe de um espaço já delineado no eleitorado brasileiro e, por isso, não há temor em relação à união Campos e Marina. "Temos nosso próprio leito. Medimos a estratégia com a nossa régua e o nosso compasso. Temos densidade programática e um grande candidato", ressaltou Pestana.

A última pesquisa Ibope encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo, divulgada semana passada, mostra a ex-ministra no segundo lugar das pesquisas, com 16% das intenções de voto, atrás apenas da presidente Dilma Rousseff (38%), do PT. Aécio vinha em terceiro, com 11% das intenções de voto. O governador pernambucano se mantinha em quarto lugar, com 4%.

Para o deputado Paulo Teixeira (SP), um dos candidatos do PT, a aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos dá a certeza, a todos, de que o governador de Pernambuco será candidato a presidente da República. "Se alguém tinha alguma dúvida, ela agora acabou", disse ele.

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