26 de Maio de 2024 • 01:30
Política
O líder do MST criticou duramente o modelo de agronegócio e disse que a presidente foi "enganada" ao ser levada para ver a colheita de soja no ano passado
A presidente Dilma Rousseff voltou a usar um evento público nesta sexta-feira, 20, para defender o ajuste fiscal do governo e reforçar que o momento é "passageiro". Pouco antes do discurso de Dilma na 12ª Abertura da Colheita do Arroz Ecológico, em Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre (RS), o principal líder do MST, João Pedro Stédile usou sua fala para criticar o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e algumas medidas tomadas por ele. "Não concordo com tudo que o Stédile falou, mas respeito a luta dele", afirmou a presidente. "Conquistamos um estágio de democracia em que ninguém precisa concordar em tudo", disse.
Após o evento, Dilma disse que "Stédile tem a concepção dele e eu tenho a minha". O líder do MST criticou duramente o modelo de agronegócio e disse que a presidente foi "enganada" ao ser levada para ver a colheita de soja no ano passado, pois não disseram a ela que o Brasil é um grande "exportador de veneno" graças ao agronegócio. "A concepção do movimento é uma e a do governo é outra", disse. "Nós olhamos vários setores e olhamos também o agronegócio", afirmou.
No discurso, Dilma disse que o governo está disposto a dialogar com todos os segmentos da sociedade para conseguir sair da crise. "Queremos diálogo e sugestões, só assim se aperfeiçoa. Quando se dialoga tem de tratar o outro como igual, nem melhor nem pior", afirmou.
Stédile também afirmou que os ministros da presidente Dilma tinham que ter mais humildade e que nenhum ministro aqui no Brasil deve se sentir superior ao povo". Em seu discurso, Dilma disse que todos no governo estão dispostos a dialogar e que "dialogar é necessariamente com uma posição de humildade".
Chamada de "quase santa" por Stédile, Dilma afirmou que a postura aberta ao diálogo "não é para ir para o céu" e que ao debater ideias é preciso olhar para as pessoas de igual para igual. "Nem melhor nem pior, tratar como igual. Isso é dialogar" disse. "E dialogar até cansar, nós temos de fazer", afirmou.
Durante a cerimônia, o prefeito de Eldorado do Sul, Sergio Munhoz (PSB), destacou a crise econômica e política vivida atualmente no País e disse que a "sociedade está cada vez mais exigente" e os municípios com "menos recursos". "Precisamos enfrentar essa crise financeira e política para o Brasil voltar a crescer", afirmou.
Dilma participou também em Eldorado do Sul da inauguração da unidade de secagem e armazenagem de arroz da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). Segundo informações do governo, a unidade teve financiamento de R$ 3,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do programa Terra Forte do Incra.
Também foi financiado para a cooperativa R$ 1,3 milhão para aquisição de máquinas e mais R$ 1,4 milhão para recondicionamento do complexo de irrigação do canal de Águas Claras, no município de Viamão, totalizando R$ 6,1 milhões investidos.
De acordo com a agenda da presidente, após o evento ela retorna para Brasília.
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