Política
A informação foi dada pelo governador da Bahia, Jacques Wagner, que estava em Brasília e tomou café da manhã nesta terça-feira, com a presidente
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A presidente Dilma Rousseff está aguardando uma "resposta satisfatória" dos Estados Unidos, para confirmar a sua viagem oficial a Washington, em 23 de outubro, a convite de Barack Obama. Antes, porém, ela vai fazer um discurso de reclamação na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, em 24 setembro, contra a espionagem que a Agência Nacional de Segurança (Nsa, na sigla em inglês) que o Brasil considera que foi de ordem principalmente, comercial.
A informação foi dada pelo governador da Bahia, Jacques Wagner, que estava em Brasília e tomou café da manhã nesta terça-feira, 10, com a presidente Dilma, no Palácio da Alvorada e depois participou de cerimônia no Planalto.
"A resposta do Obama vai modular o tom do discurso dela na ONU", declarou o governador, acrescentando que, se até lá não tiver chegado nenhuma resposta do presidente norte-americano, com justificativa satisfatória para a espionagem ao país e até à presidente, ela vai ser dura."Se até lá não chegar nada, ela vai falar que nós aqui não abrigamos terroristas, não professamos o terrorismo e deixar claro que o que eles estão fazendo é espionagem industrial, que ultrapassa o razoável, que é inadmissível", emendou o governador da Bahia.
Esta declaração mostra que no Palácio do Planalto há expectativa que a resposta de Obama possa demorar mais do que gostariam, mas que o governo espera que haja uma "explicação satisfatória" que crie "condições políticas" para viabilizar a viagem a Washington
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Jacques Wagner não disse se a presidente Dilma disse a ele se vai ou não aos EUA. "Isso só perguntando para a presidente da República. Eu só sei que ela vai para a reunião da ONU, em Nova York, e ela mesma disse que está aguardando a resposta", declarou ele, que espera que a resposta seja satisfatória.
Wagner lembrou que o próprio Obama afirmou que não sabia da espionagem e reconheceu que isso pode acontecer porque a indústria de segurança tem vive de se retroalimentar. "A indústria de segurança tem uma lógica própria", comentou ele, acrescentando que a presidente está "encarando com a mesma indignação que qualquer brasileiro" a espionagem.
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O governador baiano citou a cooperação que existia entre governos militares e norte-americanos. "Nós já sofremos com os governos militares. Nós viemos dos governos militares, quando tinha uma influência muito direta dos Estados Unidos no país. Mas, agora, monitorar comercialmente.... é um negócio inadmissível. Isso não tem nada a ver com ideológico, com antiamericanismo", desabafou.
"Acho que essa não é uma posição só de governo, é uma posição de qualquer cidadão brasileiro, seguramente um posição de todos os que defendem a liberdade individual e de imprensa, não podemos concordar e não nos indignar com o fato de um país invadir a soberania de outro país como o Brasil e diversos outros países, entrar em áreas nitidamente comerciais", declarou o governador.
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