Política
A presidente participou nesta sexta de duas cerimônias em Novo Hamburgo (RS), onde inaugurou creches e prestigiou a formação de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
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Um dia após se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e auxiliares para discutir o cenário político de 2014, a presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, 11, em entrevista a rádios do Rio Grande do Sul, que respeita todos os candidatos que enfrentar nas urnas e não pode se preocupar com "oscilações conjunturais"
"Eu respeito todas as pessoas que forem concorrer à Presidência da República porque eu acho que todas essas pessoas, elas, como cidadãos ou cidadãs brasileiras, têm absoluta legitimidade para pleitear isso", afirmou Dilma a emissoras locais. Ela fora questionada sobre o novo quadro eleitoral após a filiação da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva ao PSB, para formar aliança com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Foi a primeira declaração pública da presidente sobre o tema.
Depois, continuou: "Ninguém que ficar preocupado com as oscilações conjunturais que são naturais num processo eleitoral, que todos nós sabemos como é que vão e voltam... eu não posso (me preocupar)", disse. "Eu ganhei um mandato. Esse mandato tem quatro anos. É sobre essa questão que, a partir de 2014, todas as pessoas que vão querer disputar a Presidência da República vão disputar. A mim, atualmente, o que tem de me interessar - isso é prioridade na minha vida - é exercer (a presidência), sem a menor condicionante ou nenhum adversativo, eu tenho de exercer isso 24 horas por dia."
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Dilma participou nesta sexta de duas cerimônias em Novo Hamburgo (RS), onde inaugurou creches e prestigiou a formação de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Neste sábado, 12, anuncia investimentos do PAC Mobilidade Urbana para o metrô de Porto Alegre, seguindo estratégia de mostrar resultados do governo, se aproximar da população e aumentar a exposição pública com agendas oficiais.
"A minha obrigação - eu fui eleita para isso -, se eu não cuidar 24 horas do governo, minha principal estratégia nos meus quatro anos é cuidar do governo, eu tenho não só obrigação moral, (como) obrigação política, ética, obrigação com o meu povo. Se eu ficar pensando na próxima eleição, eu acordo de manhã pensando na próxima eleição, almoço pensando na próxima eleição, e janto pensando na próxima eleição, eu não governo. Eu não tenho de pensar na próxima eleição."
Durante a entrevista concedida a jornalistas, a presidente reiterou que vai "honrar as mulheres deste País" e que tem de se preocupar é com a situação da ativista gaúcha Ana Paula Maciel, presa na Rússia. "Aguardamos uma resposta (das autoridades russas). Ela é uma cidadã brasileira e é minha obrigação (interceder)." Diante da insistência de um dos jornalistas sobre a aliança Marina/Campos, Dilma disparou: "Você está com fixação, meu querido. Esse rapaz está precisando de um divã político."
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Protestos
Os dois locais dos eventos da presidente em Novo Hamburgo foram cenário de protestos. Enquanto Dilma discursava na inauguração de creches, um grupo do setor de calçados empunhava faixas contra os embargos argentinos às exportações brasileiras. "Moleza com argentinos é desemprego no Brasil", dizia uma delas. Segundo os manifestantes, cerca de 760 mil pares de calçados foram embargados pelas autoridades argentinas.
Antes de entregar os diplomas do Pronatec, o pavilhão do Centro de Convenções Fenac foi tomado por um grupo de agricultores familiares que criticam a demarcação de terras indígenas no Estado do Rio Grande do Sul. A presidente conversou com o grupo antes do início do evento e prometeu que o governo manterá o diálogo.
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