Política

Dilma diz que governo 'não aceitará que estradas sejam interrompidas'

A presidente usou o lema da bandeira do Brasil, "ordem e progresso", para criticar os protestos que estão tirando o direito das pessoas de ir e vir

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 03/07/2013 às 18:44

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Depois de quase um mês de manifestações pelo País afora, com milhões de pessoas nas ruas exigindo redução do preço da passagem de ônibus, mais verbas para a educação, saúde, segurança e transportes, e menos corrupção, e agora com o bloqueio das estradas por parte de caminhoneiros, a presidente Dilma Rousseff reagiu. Ela aproveitou uma cerimônia pública nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, para dizer que não aceitará que estradas sejam interrompidas.

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Dilma usou o lema da bandeira do Brasil, "ordem e progresso", para criticar os violentos protestos que estão tirando o direito das pessoas de ir e vir, e avisou que seu governo "não ficará quieto perante processos de interrupção de rodovias". Para a presidente, "ordem, significa democracia, mas significa respeito às condições da produção, da circulação e da vida da população brasileira".

Dilma fez questão de distinguir as manifestações pacíficas "que muito engrandecem o País", de manifestações "completamente diferentes", promovidas por quem acredita que "o País possa viver sem normalidade e estabilidade". De acordo com Dilma, o outro lema da bandeira, "progresso", podia ser visto naquela cerimônia com a abertura, pelo governo, dos 50 primeiros terminais portuários privados.

O protesto dos caminhoneiros está preocupando muito o Palácio do Planalto por pelo menos dois motivos. O primeiro é pela sua extensão e intensidade, por ser um movimento crescente, sem sinais de arrefecimento, apesar das pesadas multas impostas aos sindicatos grevistas. Segundo, pelos prejuízos que estão trazendo ao País, justamente quando não param de chegar notícias ruins na economia, como o registro de queda de 2% na produção industrial, divulgado pelo IBGE. Dilma avisou que "é fundamental no País que estradas não sejam interrompidas".

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Durante cerimônia no Palácio do Planalto, Dilma disse que não aceitará que estradas sejam interrompidas (Foto: Divulgação)

Depois de insistir que não admitirá paralisação de rodovias, a presidente declarou: "Não tenham dúvida, o governo não negocia isso. Não concordamos com processos que levem a qualquer turbulência nas atividades produtivas e na vida das pessoas". Para Dilma, "certos tipos de processos são disruptivos (que rompe) da ordem prevalecente e o Brasil precisa de ordem tanto para a democracia, quanto para sua economia, quanto para a vida de cada um dos brasileiros e das brasileiras".

Ela encerrou sua fala destacando que "por isso, eu retomo e acrescento democracia como uma questão pétrea do nosso País, mas a nossa bandeira expressa também o sentido de que os nossos fundadores republicanos deram ao país que é Ordem e Progresso".

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Desde o início dos protestos, há três semanas, o governo, depois de ficar atônito e paralisado, passou a fazer uma ampla convocação de diferentes setores da sociedade para poder ouvir "o clamor das ruas". Além de cobrar eficiência de seus ministros, a presidente mandou para o Congresso cinco sugestões de perguntas para o plebiscito sobre reforma política que quer ver realizado até outubro, para que suas regras valham já para as eleições do ano que vem. Dilma ainda receberá mais representantes de movimentos sociais e empresários, na semana que vem.

A expectativa do governo era que, passadas as primeiras semanas, os movimentos fossem reduzidos. Não contava, no entanto, com o surgimento de demandas de categorias fortes como os caminhoneiros, que podem prejudicar a atividade econômica do País. Há temor no Planalto de que outros segmentos possam se espelhar nesta categoria e espalhar protestos como estes pelo País afora.

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