Política

Dilma debaterá plebiscito com parlamentares

A ideia inicial era reunir, ao mesmo tempo, lideranças políticas da base governista e da oposição. Mas houve uma certa resistência da oposição

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/06/2013 às 22:03

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Depois da reação do Congresso e de ter sido obrigada a recuar da proposta de uma assembleia constituinte, a presidente Dilma Rousseff convidou líderes e presidentes dos partidos da base aliada e da oposição para reuniões no Palácio do Planalto, para discutir como realizar o plebiscito sobre reforma política.

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A ideia inicial era reunir, ao mesmo tempo, lideranças políticas da base governista e da oposição. Mas houve uma certa resistência da oposição e a presidente Dilma resolveu antecipar a reunião com os partidos que apoiam o governo. Marcou para esta quinta, às 11 horas, o encontro com os presidentes dos partidos aliados. À tarde, será a vez de receber os líderes partidários da Câmara e, depois, do Senado. Os líderes da oposição ficaram para a sexta-feira, 28.

Dilma fez questão de abrir o leque de parlamentares dos partidos governistas para fazer um afago na sua ressentida base política. Por isso, marcou encontros separados com deputados e senadores. Mesmo sabendo que os parlamentares nordestinos já estão envolvidos com as tradicionais festas juninas, a presidente Dilma, por meio de seus ministros e assessorias, apelou as lideranças para que não deixem de comparecer à reunião para que se possa dar prosseguimento às discussões sobre a reforma política e que se discutam os procedimentos para "atender o apelo das ruas". A presidente tem pressa na elaboração das perguntas a serem feitas no plebiscito e quer encaminhá-la já com um consenso, para diminuir a resistência dos congressistas.

Dilma Rousseff convidou líderes e presidentes dos partidos da base aliada e da oposição para reuniões (Foto: Divulgação)

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Mesmo com as dificuldade de conseguir apoio dos partidos da oposição para comparecer ao encontro no Planalto, a presidente Dilma insiste que é importante a participação de todos, porque considera que esta é uma questão acima dos partidos. Nesta quarta, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que está sendo uma espécie de porta-voz do governo neste processo de convocação da reforma política, declarou que"todos os partidos serão formalmente convidados a apresentarem suas propostas e ela fará consulta direta aos presidentes dos partidos e também com as lideranças da Câmara e do Senado, de governo e de oposição, assim como fez com governadores e prefeitos, da base e da oposição". De acordo com o ministro, "não houve nenhum tipo de discriminação. Nós querermos que todos possam contribuir com sua sugestão", insistiu.

Oposição

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que não está disposto a conversar com a presidente, no Palácio do Planalto, sem uma pauta definida e criticou a proposta de convocação de um plebiscito para a reforma política.

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"Nós não fomos convidados para nenhuma reunião e, se formos, vamos convocar a Executiva do PSDB para avaliar a pauta. Se for só para tomar cafezinho e ficar ouvindo essa loucura de proposta sobre plebiscito não dá", disse Aloysio. Antes de ser presidente, Luiz Inácio Lula da Silva também dizia que só havia sentido em conversar com o governo em torno de uma pauta.

Ex-secretário da Casa Civil do então governador José Serra, Aloysio chamou a ideia de convocar um plebiscito de "manobra diversionista" do governo para abafar a crise política. "Antes de pedir que o Congresso convoque um plebiscito, Dilma deve dizer o que pretende com isso e não nos incitar a fazer o que é da nossa competência", afirmou o tucano.

A oposição pretende aproveitar a onda de protestos nas ruas para expor o que chama de "fragilidades" da gestão Dilma. "A inflação não está em alta por causa da falta de reforma política, nem os 39 ministérios são exigência desse sistema", insistiu Aloysio. "Os problemas de corrupção também não decorrem do sistema eleitoral. O político que rouba não é para financiar campanha; é para pôr dinheiro no bolso ou para comprar voto, como aconteceu no escândalo do mensalão."

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