Política

Com governadores já eleitos, campanha de Haddad no Nordeste é menos intensa

Em grande parte dos estados, os principais atos públicos de rua sem a participação presidenciável foram organizados por militantes

Folhapress

Publicado em 25/10/2018 às 22:40

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

A campanha de Fernando Haddad no Nordeste foi menos intensa no segundo turno / Agência Brasil

Continua depois da publicidade

A vitória em primeiro turno de sete governadores do Nordeste que apoiam o candidato Fernando Haddad (PT) resultou em desmobilização de grande parte da campanha petista na região. Sem uma agenda de candidato a cumprir e, consequentemente, com uma menor estrutura partidária, os cabos eleitorais vitoriosos nas urnas nos estados da Bahia, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Ceará suaram menos a camisa neste segundo turno.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Em grande parte dos estados, os principais atos públicos de rua sem a participação de Haddad foram organizados por militantes e não tiveram a presença dos governadores eleitos.

Continua depois da publicidade

Em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) não esteve em manifestações de rua e caminhadas.

No sábado (20), apoiadores do candidato petista saíram em passeata pelo centro da cidade. Um dia depois, em Olinda, mais de 70 blocos de Carnaval foram às ruas.

Continua depois da publicidade

O governador de Pernambuco tem se limitado a atuar nos bastidores. Na semana passada, reuniu prefeitos aliados e coordenou uma reunião com deputados eleitos.

O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, diz que é natural a diferença de ritmo de campanha: "Todos chegam ao segundo turno com um pouco de exaustão. No primeiro turno, incluindo os proporcionais, o gasto de energia é muito grande", avalia.

Em reserva, petistas reclamam por uma maior participação do governador, mas Bruno avalia que a cobrança é injusta. "Ele, por exemplo, foi a Brasília e teve um papel muito importante na definição de PSB em apoiar Haddad."

Continua depois da publicidade

Nesta quinta-feira (25), Câmara participa pela primeira vez neste segundo turno, ao lado de Haddad, de um ato de rua no centro da cidade.

Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) percorreu 145 municípios baianos no primeiro turno. Mas colocou o pé no freio após reeleger-se.

Ao invés de comícios, caminhadas e carreatas em prol de Fernando Haddad (PT), o petista priorizou reuniões com prefeitos, deputados e líderes religiosos. Esteve em cidades do extremo-sul, sudoeste, sul e oeste da Bahia, mas não participou de atos públicos.

Continua depois da publicidade

Costa também reuniu-se com deputados ligados à bancada evangélica e conseguiu trazer novos apoios ao petista. Eleito deputado federal com maior votação do estado, Pastor Isidório (Avante) anunciou voto em Haddad.

Na Paraíba, o atual governador, Ricardo Coutinho (PSB), e o seu sucessor, João Azevêdo (PSB), participaram apenas de uma caminhada no Dia do Professor. Nesta sexta-feira (26), recebem o petista na capital paraibana para o encerramento da campanha de Haddad no Nordeste.

No Ceará, o governador reeleito Camilo Santana (PT) tem participado de maneira mais efetiva de atos pró-Haddad e mobilizado comitês pelo estado. Cid Gomes, após o episódio em que fez críticas púbicas ao PT durante comício, tem procurado ir mais às ruas. No fim de semana passado, participou de um "adesivaço" em Sobral.

Continua depois da publicidade

Já o governador reeleito do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) reuniu-se com prefeitos e aliados, mas esteve em apenas uma caminhada no último domingo (21), que contou com a participação de Fernando Haddad.

Na terça, houve uma passeata na cidade de Imperatriz, um dos três municípios do estado onde Bolsonaro venceu, no entanto, o governador não participou do ato.

Em Alagoas, estado onde o candidato do PSL ganhou em 14 cidades, os atos de rua têm sido capitaneados pelo PT e por aliados mais à esquerda como PSOL e PCB.

Continua depois da publicidade

O governador reeleito Renan Filho (MDB), que apoiou Haddad no primeiro turno, recolheu-se na segunda etapa da eleição presidencial. Parte de seus aliados, a exemplo do deputado federal Marx Beltrão (PSD), aderiu a Jair Bolsonaro (PSL).

"O governador está ajudando dentro do possível. É claro que o ritmo naturalmente diminuiu um pouco, mas ele está com Haddad", afirma o deputado federal Paulão (PT), reeleito para mais um mandato por Alagoas.

Os petistas também têm buscado articular apoio de líderes políticos que apoiaram outros candidatos no primeiro turno. O deputado federal Ronaldo Lessa (PDT) e a deputada federal eleita Tereza Nelma (PSDB) estão entre os que anunciaram apoio ao petista.

Continua depois da publicidade

Em apenas dois estados do Nordeste, há segundo turno e campanha casada entre os candidatos a governador e a presidente da República.

No Rio Grande do Norte, a senadora Fátima Bezerra disputa o segundo turno ancorada na campanha nacional e enfrenta o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT), que se alinhou a Bolsonaro.

A petista ainda costurou localmente um feito que Haddad não conseguiu em sua campanha: o apoio formal do PSDB.

Continua depois da publicidade

Em Sergipe, Belivaldo Chagas (PSD), que tem uma vice do PT, também faz campanha casada pró-Haddad.

Já seu adversário na disputa, Valadares Filho (PSB), optou por uma campanha independente, declarando neutralidade neste segundo turno.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software