13 de Outubro de 2024 • 02:12
A menção do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao nome da presidente Dilma Rousseff na Operação Lava Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras, foi recebida com desagrado pelo Palácio do Planalto.
Interlocutores de Dilma afirmaram que não viam motivo para que seu nome pudesse ter sido citado neste episódio. Acreditam, no entanto que, ao fazer isso "Janot joga para a plateia" e acaba por "fazer uma média" com os críticos do governo.
Estes auxiliares dizem que a presidente Dilma repudia o fato de tentarem envolver seu nome, de alguma forma, na Operação Lava Jato. Oficialmente, a presidente Dilma e o Palácio do Planalto não quiseram fazer nenhum comentário sobre a lista de Janot.
No domingo, 8, a presidente Dilma Rousseff pretende se reunir com alguns ministros, no Palácio da Alvorada, para avaliar a repercussão da divulgação da lista, dos estragos que vai trazer para o Congresso e como poderá trilhar caminhos para recompor a sua base.
Nesta reunião mais uma vez o vice-presidente Michel Temer não estará presente. Mas Temer e Dilma se reunirão no Planalto na manhã de segunda-feira. No final do tarde, às 17h30, Dilma receberá os líderes dos partidos da base aliada no Senado.
Em relação aos nomes que surgiram na lista, "não tinha nada de excepcional", comentou outro assessor palaciano. Todos os nomes divulgados, de alguma forma, já haviam sido divulgados pela imprensa.
Mas ninguém arrisca comentar se o fato de o nome do ex-presidente da Câmara deputado Henrique Eduardo Alves não constar da relação poderia abrir caminho para que ele assuma um ministério. "É muito cedo para se pensar nisso", observou um assessor palaciano.
Na quinta-feira, quando as circularam as primeiras notícias de que o procurador iria fazer menção à presidente, auxiliares de Dilma repudiaram o fato e comentavam que "jamais alguém pensou que isso pudesse acontecer".
Esta mesma fonte classificou como "absurdo" alguém achar que, por conta apenas das revelações da revista "Veja" sobre depoimento do doleiro Alberto Youssef que envolvia Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que ambos sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, eles pudessem ser, de alguma forma, envolvidos neste processo.
Após ressaltar que a Constituição não permite a investigação do chefe do Executivo por qualquer ato que não seja relacionado com o exercício do cargo da Presidência, e como as denúncias remontam a antes de 2011, quando Dilma assumiu, o interlocutor avaliou: "Isso não aconteceu e não poderia mesmo ter acontecido. Não havia a menor base para isso."
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