23 de Maio de 2024 • 15:52
O candidato do Brasil ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e representante brasileiro na entidade, o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo, intensificará a campanha nos próximos dias. O diplomata quer garantir o apoio dos latinos-americanos à sua candidatura. A ideia é visitar a Argentina, o Uruguai, Chile e a Colômbia. No dia 31, Azevêdo apresentará suas propostas e defenderá a candidatura.
O embaixador também pretende visitar países da África e Ásia em busca de apoio político. Na OMC, a eleição, que ocorre em maio, é construída por meio de consensos e não exatamente de votos diretos. Atéo momento, há nove candidaturas, incluindo a do brasileiro, daí o empenho de Azevêdo em intensificar a campanha.
Em dois anos de mandato, o governo da presidenta Dilma Rousseff conseguiu eleger representantes para cargos considerados relevantes no cenário político e econômico internacionais. Uma das principais vitórias foi para o cargo de diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) - o escolhido foi José Graziano.
Na relação estão também o diretor executivo da Organização Internacional do Café, Robério Silva, o presidente do Comitê Jurídico Interamericano, o embaixador aposentado Clemente Baena Soares, e o representante no Tribunal Penal Internacional, Leonardo Brandt, além de integrantes para a Comissão de Direito Internacional, Gilberto Saboia, para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, Roberto Caldas, e para o Comitê sobre Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, Silvia Pimentel.
No começo deste mês, ao confirmar sua candidatura, Azevêdo criticou a paralisia nas negociações multilaterais. Segundo ele, essa paralisia preocupa, pois impede o aprimoramento e os avanços em vários setores. Se eleito, o embaixador disse que pretende incentivar a busca por consensos e a conciliação. “Ser um brasileiro e vir do Brasil, ter esse histórico, é um ativo que só ajuda”, ressaltou.
Aos 55 anos, o diplomata brasileiro enfrenta oito candidatos na disputa pelo cargo de diretor-geral e busca apoio dos latino-americanos e africanos. De 29 a 31, os nove candidatos apresentarão suas propostas e a eleição ocorrerá em 31 de maio.
Além de Azevêdo, concorrem à direção-geral da OMC Alan John Kwadwo Kyerematen, de Gana; Anabel González, da Costa Rica; Mari Elka Pangestu, da Indonésia; Tim Groser, da Nova Zelândia; Amina C. Mohamed, do Quênia; Ahmad Thougan Hindawi, da Jordânia; Herminio Blanco, do México, e Taeho Bark, da Coreia do Sul.
O embaixador é apontado como um dos mais preparados especialistas em política comercial do governo brasileiro. O comando da OMC é exercido pelo diretor-geral, presidente do órgão revisor e presidente do mecanismo de controvérsias.
Diplomata de carreira, Azevêdo é o representante permanente do Brasil na OMC, na Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), no Conselho das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), e na União Internacional de Telecomunicações (UIT). Ele construiu sua carreira na área de economia e comércio internacional, em especial de resolução de litígios.
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