Política

Atual nível de juros prejudica concessões de infraestrutura, diz Serra

O senador ressaltou que em duas semanas deve apresentar um projeto de criação de um conselho fiscal cujo objetivo é a avaliação da gestão das contas públicas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/05/2015 às 15:59

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O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que "com a atual taxa de juros", a Selic, as concessões de infraestrutura propostas pelo governo não vão "decolar". Segundo ele, existe uma correlação muito grande entre a taxa básica de juros da economia e o interesse de empresários para fazer projetos de longo prazo, como de infraestrutura, entre eles, os de logística e transporte. "Talvez seria o caso de pensar em mecanismos de financiamento com custos menores que a Selic", afirmou, no evento Desafio Fiscal Brasileiro, que está sendo realizado pelo Insper em São Paulo.

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"Aliás, esse é um efeito secundário da atual política de aumento de juros. Esta última elevação da Selic em 0,5 ponto porcentual não teve nem pé nem cabeça. Só ela é responsável por um impacto nas contas públicas de R$ 6 bilhões a R$ 7 bilhões no horizonte de um ano", disse.

Serra ressaltou que em duas semanas deve apresentar um projeto de criação de um conselho fiscal cujo objetivo é a avaliação da gestão das contas públicas. Segundo ele, os representantes desse colegiado seriam escolhidos pelo Poder Legislativo. Ele citou como exemplo que o Tribunal de Contas União (TCU) é um órgão que já auxilia o Congresso, principalmente na área de despesas.

O senador também destacou que avalia como positiva a análise do TCU sobre o episódio de pedaladas fiscais pois isso gera um debate positivo na sociedade. Para o senador, é importante que o administrador público tenha correção dos seus atos e que seja rigorosamente punido ao administrar de forma errada as contas públicas.

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José Serra afirmou que o atual nível de juros prejudica as concessões de infraestrutura (Foto: Luiz Torres/DL)

MP 665

Serra afirmou ainda que a votação do PSDB na Câmara contra a Medida Provisória 665, que trata das regras para o seguro-desemprego e abono salarial, foi uma decisão política. "Não vi a decisão final da Câmara, mas cada bancada nas duas Casas do Congresso tem a sua dinâmica. Quando o projeto chegar ao Senado, eu também vou avaliar junto com a bancada", comentou.

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