A falta de dinheiro/necessidade foi o principal motivo que fez com que entrassem para o crime / Reprodução/Instagram
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Uma pesquisa inédita do Instituto Data Favela, realizada com 3.954 pessoas em situação de crime em 23 estados brasileiros, aponta a oportunidade de trabalho como fator decisivo para a interrupção da atividade criminosa.
O levantamento revela que 58% dos entrevistados deixariam o crime se tivessem emprego ou oportunidade para empreender. No Rio de Janeiro, esse índice é ainda mais contundente, chegando a 70% dos ouvidos. A pesquisa ainda mostra que a falta de dinheiro/necessidade foi o principal motivo que fez com que entrassem para o crime.
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A pesquisa também destaca a rejeição moral à atividade: 68% dos participantes afirmam não ter orgulho do que fazem. O desejo de interromper o ciclo da violência e da criminalidade é reforçado quando o assunto é o futuro: 84% dos entrevistados não deixariam que seus filhos entrassem no crime.
O Data Favela é o primeiro instituto de pesquisa do Brasil dedicado a traduzir em dados a realidade das favelas e periferias brasileiras. Criado há 14 anos, ele atua para revelar a potência social, econômica e cultural desses territórios.
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Apostando no protagonismo local, o instituto capacita moradores para atuarem como pesquisadores em suas próprias comunidades. Esse modelo garantiu parcerias históricas, como a colaboração com o IBGE no Censo Demográfico de 2022 através da ação 'Favela no Mapa'.
A iniciativa foi crucial para mobilizar recenseadores e reduzir o percentual de domicílios não respondentes, resultando em um impacto que vai além da coleta de dados: garantiu a mudança oficial de nomenclatura desses territórios, que agora são formalmente nomeados como Favelas e Comunidades Urbanas em documentos oficiais.