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A pesquisa reforça a percepção crescente da população sobre os efeitos das mudanças climáticas, que deixaram de ser uma ameaça futura para se tornarem uma realidade
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já alertou que os oceanos, que absorvem cerca de 90% do calor gerado pelo efeito estufa / Freepik
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Um levantamento recente revelou que 49% dos brasileiros já percebem os impactos do aumento da temperatura das águas em sua rotina diária. O fenômeno atinge rios, lagos e mares, afetando desde o lazer e o abastecimento até atividades econômicas e a saúde pública.
A pesquisa reforça a percepção crescente da população sobre os efeitos das mudanças climáticas, que deixaram de ser uma ameaça futura para se tornarem uma realidade presente e preocupante.
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A elevação da temperatura das águas está diretamente ligada ao aquecimento global, resultado da emissão desenfreada de gases de efeito estufa (GEE), provocada principalmente pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento, agricultura intensiva e processos industriais.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já alertou que os oceanos, que absorvem cerca de 90% do calor gerado pelo efeito estufa, estão aquecendo a uma taxa sem precedentes, com impactos em larga escala para o planeta.
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Com o aquecimento dos corpos d’água, muitas comunidades ribeirinhas e costeiras têm relatado mudanças em suas fontes de renda. Pescadores artesanais, por exemplo, já enfrentam a redução de espécies e alterações no comportamento dos peixes, o que afeta diretamente sua subsistência.
Atividades turísticas, como mergulho, passeios náuticos e esportes aquáticos, também vêm sendo prejudicadas devido à degradação dos ecossistemas e à perda de biodiversidade.
Nas cidades, a elevação das temperaturas das águas influencia o consumo de energia, aumenta os riscos de doenças transmitidas por mosquitos (como dengue e zika, que se proliferam mais rápido em ambientes quentes e úmidos) e agrava a escassez hídrica, especialmente em regiões já vulneráveis.
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O aquecimento das águas reduz a solubilidade do oxigênio, o que afeta diretamente a sobrevivência de espécies marinhas e de água doce. Isso compromete cadeias alimentares inteiras e pode levar à extinção de organismos sensíveis às variações térmicas.
Recifes de corais, por exemplo, estão entre os ecossistemas mais ameaçados, sofrendo branqueamento e colapso em diversas partes do mundo.
A elevação térmica também favorece a proliferação de algas nocivas e bactérias, algumas das quais podem ser tóxicas tanto para animais quanto para seres humanos, afetando a qualidade da água potável e causando prejuízos à saúde pública.
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Especialistas apontam que ainda é possível reverter parte desses efeitos, desde que haja ações coordenadas e urgentes. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, investir em energia limpa e renovável, promover o reflorestamento e proteger áreas naturais são passos fundamentais.
Além disso, a adaptação é uma necessidade crescente: cidades costeiras e regiões vulneráveis precisam se preparar para eventos extremos, como enchentes, secas prolongadas e elevação do nível do mar. A educação ambiental e o engajamento da sociedade civil também são fundamentais nesse processo.
Governos, empresas e cidadãos têm responsabilidade conjunta na busca por soluções sustentáveis. Conforme os dados da pesquisa indicam, o impacto das mudanças climáticas já bate à porta dos brasileiros e ignorá-lo pode custar caro em termos sociais, econômicos e ambientais.
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