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Mantas do Brasil leva saberes da Baixada à COP 30 e alerta sobre extinção de espécies

O painel debateu economia azul e nova lista da IUCN, que elevou espécie para a categoria 'criticamente ameaçada de extinção'

Giovanna Camiotto

Publicado em 21/11/2025 às 14:14

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O projeto participou do painel 'Pesca artesanal e economia azul', realizado na Zona Verde / Divulgação

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A Baixada Santista marcou presença estratégica na COP 30, em Belém, no Pará, levando a discussão sobre a preservação marinha para o centro do debate climático global. O Projeto Mantas do Brasil, patrocinado pela Autoridade Portuária de Santos (APS) e em parceria com a Petrobras, participou do painel “Pesca artesanal e economia azul”, realizado na Zona Verde do evento.

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O encontro, no entanto, ganhou um tom de urgência. Justamente durante a conferência, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) atualizou a “Lista Vermelha” de espécies, reclassificando as raias-mantas de "vulneráveis" para “criticamente ameaçadas de extinção”.

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“Foi um privilégio estar na COP 30, um evento que coloca o oceano no centro das atenções. Mas isso se tornou ainda mais importante com a triste notícia sobre a reclassificação das mantas. Precisávamos levantar essa bandeira aqui”, afirmou Paula Romano, coordenadora geral do projeto.

Há mais de uma década, o Projeto Mantas do Brasil atua na pesquisa e preservação das raias-manta, uma das maiores espécies do mundo/Divulgação
Há mais de uma década, o Projeto Mantas do Brasil atua na pesquisa e preservação das raias-manta, uma das maiores espécies do mundo/Divulgação
Durante sua passagem pela COP 30, o Mantas do Brasil alertou para a nova classificação da IUCN as raias-mantas agora estão na categoria criticamente ameaçadas de extinção/Divulgação
Durante sua passagem pela COP 30, o Mantas do Brasil alertou para a nova classificação da IUCN as raias-mantas agora estão na categoria criticamente ameaçadas de extinção/Divulgação
O projeto realiza um monitoramento participativo inédito em parceria com pescadores artesanais da Baixada Santista. Os registros e relatos da comunidade são fundamentais para mapear a espécie e criar estratégias de conservação que respeitem a cultura local/Divulgação
O projeto realiza um monitoramento participativo inédito em parceria com pescadores artesanais da Baixada Santista. Os registros e relatos da comunidade são fundamentais para mapear a espécie e criar estratégias de conservação que respeitem a cultura local/Divulgação
As raias-mantas acabam de entrar na lista de espécies criticamente ameaçadas. O Projeto Mantas do Brasil luta para reverter esse cenário através da pesquisa, educação e turismo sustentável na costa de São Paulo/Divulgação
As raias-mantas acabam de entrar na lista de espécies criticamente ameaçadas. O Projeto Mantas do Brasil luta para reverter esse cenário através da pesquisa, educação e turismo sustentável na costa de São Paulo/Divulgação

Saber tradicional como solução

Para enfrentar esse cenário, o painel defendeu que a conservação não deve excluir quem vive do mar. A equipe apresentou o modelo de monitoramento participativo realizado com pescadores da Baixada Santista, cujos relatos e registros fotográficos têm sido fundamentais para a ciência.

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“Esses parceiros conhecem o mar de um jeito que nenhum equipamento substitui. Essa troca mostra que é possível conservar e pescar de forma responsável”, destacou Paula.

Como exemplo prático dessa integração, foi exibido o documentário Arrasta Maré. A obra retrata a pesca de arrasto de praia em Santos, uma técnica tradicional que captura peixes trazidos pelas ondas e que hoje integra modelos de turismo sustentável, provando que cultura local e preservação podem caminhar juntas.

Oceano no centro da meta climática

As discussões dialogaram com o lançamento do "Pacote Azul" na COP 30, iniciativa global para acelerar ações baseadas no oceano como regulador do clima. Segundo Letícia Schabiuk, coordenadora executiva do Mantas do Brasil, ignorar os mares é ignorar 70% do planeta.

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“Ter o oceano mais presente nesta edição é muito significativo. Se não o colocarmos no centro das discussões, não vamos alcançar resultados reais. Ele é parte da solução”, pontuou Letícia.

O painel foi realizado pelo Instituto RedeMAR Brasil e contou com representantes do Ministério da Pesca, lideranças indígenas e dos Povos do Mar. Fundado há mais de 10 anos e gerido pelo Instituto Laje Viva, o Mantas do Brasil atua na pesquisa e proteção das raias na região da Laje de Santos.

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