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Governo espera investimento bilionário para fundo de proteção às florestas na COP 30

O Ministro da Fazenda estabeleceu meta de recursos públicos para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) até o final de 2026, durante a presidência da COP 30

Giovanna Camiotto

Publicado em 05/11/2025 às 05:15

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad / Marcelo Camargo/Agência Brasil

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na segunda-feira (3), em São Paulo, que o Brasil estabeleceu como meta a captação de US$ 10 bilhões em investimentos públicos de países para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF). O mecanismo é voltado à proteção de florestas tropicais e prevê que os países que as preservam sejam recompensados financeiramente por meio de fundo de investimento global.

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Segundo Haddad, a meta deve ser alcançada até o final do próximo ano, período que coincide com a presidência do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes). O valor de US$ 10 bilhões se refere a recursos destinados por governos, podendo aumentar com a adesão de outras entidades, como fundações, fundos e empresas.

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“Se a gente terminar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos, seria um grande feito”, disse Haddad a jornalistas, depois de participar de uma série de reuniões do evento COP 30 Business & Finance Forum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, na capital paulista.

Apelo internacional

O ministro ainda explicou a mecânica do fundo e a necessidade de apoio internacional: “E para chegar a US$ 10 bilhões, bastaria que alguns países do G20 aderissem para a gente começar a remunerar os países que mantém florestas tropicais, sobretudo os que estão endividados, porque eles não têm recursos para manter as suas florestas. E o TFF viria em suporte dessa iniciativa”.

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Haddad admitiu que a proposta é “ambiciosa”, mas demonstrou otimismo e manifestou crença no sucesso do TFFF em comparação com outras propostas ambientais.

“Acredito que, das ideias originais que surgiram nos últimos anos, o TFF é o que está mais pronto para dar mais certo. Tem uma outra que é muito grande, que é a coalizão do mercado de carbono, mas que vai exigir muita engenharia para sair do papel”, falou.

O objetivo final do governo brasileiro é que o fundo ambiental reúna cerca de US$ 125 bilhões, sendo US$ 25 bilhões de países soberanos e mais US$ 100 bilhões de capital privado.

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Disposição para a COP do Brasil

Haddad disse que, nesta primeira rodada de negociação em São Paulo, com investidores e financiadores, houve “sinais concretos de que algumas ideias podem começar a sair do papel”. Para ele, as reuniões indicam disposição para que a COP do Brasil seja um marco.

“Pelo que eu ouvi hoje dos investidores e dos financiadores, há uma disposição maior para colocar esse trem para andar mais rápido. Então, eu acredito que nós vamos ter uma grande COP”, falou o ministro. “Já temos alguns países sinalizando anúncios durante a COP”, disse ele.

O ministro ressaltou o papel de liderança do Brasil nas pautas globais. “Nós viemos liderando o debate sobre sustentabilidade, tanto é verdade que, pela primeira vez, nós temos um clube de ministros de finanças participando e entregando um relatório para a COP. Isso já é fruto do trabalho que foi feito no G20”, disse ele, acrescentando que “o Brasil quis fazer uma COP pragmática e propositiva”.

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Posicionamento do Presidente

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou o assunto nesta terça-feira (04) ao receber jornalistas estrangeiros em Belém, no Pará em mais um compromisso que antecede a Cúpula dos Líderes da COP 30.

No evento, Lula explicou que o fundo "não será doação, será investimento" para quem contribuir com o meio ambiente. "Um fundo de pensão pode investir, um empresário pode investir, um governo pode investir", explicou o presidente brasileiro.

"É um fundo que vai trazer rentabilidade ao investidor e uma parte dessa rentabilidade vai financiar os países que mantêm sua floresta em pé. É um fundo de ganha-ganha. E nós esperamos que, quando a gente terminar a apresentação do TFFF, a gente tenha muitos países participando".

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Por fim, o Presidente ainda esclareceu que o fundo ambiental "será administrado, possivelmente, pelo Banco Mundial e por outros bancos" e afirmou que o dinheiro emprestado será devolvido aos investidores com lucro.

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