Líderes de mais de 190 países, especialistas, representantes da sociedade civil e de povos indígenas se reuniram na capital paraense / Tânia Rêgo/Agência Brasil
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O Governo do Brasil oficializou na segunda-feira (17), durante o Dia dos Povos Indígenas na COP30, a demarcação de dez terras indígenas, com destaque para três territórios localizados em São Paulo Ka'aguy Hovy, Pakurity e Ka'aguy Mirim, todos ocupados pelo povo Guarani-Mbya.
As portarias foram assinadas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em ação conjunta com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Os atos representam o reconhecimento formal dos limites de cada território e avançam um processo que não registrava novas demarcações desde 2018.
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No Vale do Ribeira, região que abriga o maior contínuo preservado de Mata Atlântica do país, três áreas passaram oficialmente a ter sua posse indígena reconhecida:
Ka'aguy Hovy (Iguape) Com 1.950 hectares e 90 habitantes Guarani-Mbya, o território está totalmente sobreposto à Área de Proteção Ambiental (APA) de Cananéia-Iguape-Peruíbe. A região é reconhecida pela Unesco como Patrimônio Histórico e Ambiental da Humanidade.
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Pakurity (Cananéia) Ocupado por 133 indígenas, segundo dados da Funai, o território possui 5.730 hectares e tem sobreposição parcial com o Parque Estadual da Ilha do Cardoso.
Ka'aguy Mirim (Miracatu e Pedro de Toledo) Com 1.190 hectares e 70 habitantes, a área também integra o Vale do Ribeira, reforçando a presença Guarani-Mbya em uma das regiões ambientalmente mais sensíveis e estratégicas do estado.
A assinatura das portarias representa mais uma etapa do processo administrativo conduzido pela Funai, pelo Ministério da Justiça e pela Presidência da República. A decisão final cabe ao presidente da República, que homologa a posse definitiva por decreto.
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Com as novas portarias, o governo chega a 21 terras indígenas reconhecidas desde 2024. Hoje, as TIs somam 117,4 milhões de hectares no país, cerca de 13,8% do território nacional. Estudos da Apib, IPAM e CIMC indicam que ampliar as demarcações pode evitar até 20% do desmatamento adicional e reduzir 26% das emissões de carbono até 2030.
Além das áreas paulistas, foram reconhecidos outros sete territórios indígenas, como Tupinambá de Olivença (BA), Vista Alegre (AM), Comexatiba Cahy-Pequi (BA), Ypoi Triunfo (MS), Sawre Ba'pim (PA), Pankará da Serra do Arapuá (PE) e Sambaqui (PR) Essas áreas são ocupadas por povos Mura, Tupinambá de Olivença, Pataxó, Guarani-Kaiowá, Munduruku, Pankará e Guarani-Mbya.
As dez demarcações abrangem diferentes biomas e regiões do país, fortalecendo a proteção climática, a diversidade sociocultural e a justiça ambiental, que foram temas centrais debatidos na COP 30.
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