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Expectativa de vida do brasileiro cresce e atinge maior patamar já registrado

Levantamento do IBGE aponta aumento da longevidade e queda histórica da mortalidade infantil

Ana Clara Durazzo

Publicado em 12/12/2025 às 10:45

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A expectativa de vida ao nascer indica quantos anos uma pessoa tende a viver, em média, caso os padrões atuais de mortalidade sejam mantidos / ImageFX

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A expectativa de vida do brasileiro ao nascer chegou a 76,6 anos em 2024, o maior patamar já registrado desde o início da série histórica, em 1940. O dado consta na Tábua de Mortalidade, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, o indicador era de 76,4 anos.

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A expectativa de vida ao nascer indica quantos anos uma pessoa tende a viver, em média, caso os padrões atuais de mortalidade sejam mantidos. Em comparação com o início da década de 1940, o avanço é expressivo: são 31,1 anos a mais. Naquele período, o brasileiro vivia, em média, apenas 45,5 anos.

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Trajetória de crescimento e impacto da pandemia

De acordo com o IBGE, a expectativa de vida no Brasil apresenta tendência de crescimento contínuo, interrompida apenas durante a pandemia de covid-19. Em 2019, o indicador estava em 76,2 anos, mas caiu para 72,8 anos em 2021, reflexo direto do aumento da mortalidade no período.

Após a pandemia, os números voltaram a subir gradualmente:

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2022: 75,4 anos

2023: 76,4 anos

2024: 76,6 anos

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Mulheres vivem mais do que os homens

Os dados mostram que as mulheres seguem vivendo mais do que os homens. Em 2024, a expectativa de vida feminina foi de 79,9 anos, enquanto a masculina ficou em 73,3 anos, uma diferença média de 6,6 anos.

Em 1940, essa diferença era menor, de 5,4 anos, e atingiu seu pico em 2000, quando chegou a 7,8 anos. O levantamento também aponta elevada sobremortalidade masculina, especialmente entre jovens adultos.

Na faixa etária de 20 a 24 anos, a mortalidade masculina foi 4,1 vezes maior do que a feminina em 2024. Entre 15 e 19 anos, a taxa foi de 3,4 vezes, e entre 25 e 29 anos, 3,5 vezes.

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Segundo o IBGE, esse fenômeno está ligado ao processo de urbanização e, principalmente, ao aumento das mortes por causas externas, como homicídios, acidentes de trânsito e suicídios, que afetam mais os homens jovens desde a década de 1980.

Comparação internacional

No cenário global, o Brasil ainda aparece abaixo dos países com maior longevidade. Os líderes mundiais em expectativa de vida são:

Mônaco: 86,5 anos

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San Marino: 85,8 anos

Hong Kong: 85,6 anos

Japão: 84,9 anos

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Coreia do Sul: 84,4 anos

Reflexos na Previdência

A Tábua de Mortalidade é uma das bases utilizadas pelo governo federal para ajustes no fator previdenciário, que influencia o cálculo das aposentadorias do INSS.

Em 2024, uma pessoa que atinge os 60 anos de idade no Brasil tem expectativa de viver, em média, mais 22,6 anos — sendo 20,8 anos para homens e 24,2 anos para mulheres. Em 1940, esse tempo adicional era de apenas 13,2 anos.

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Já aos 80 anos, a expectativa é de mais 9,5 anos de vida para mulheres e 8,3 anos para homens, números que praticamente dobraram em relação à década de 1940.

Queda histórica da mortalidade infantil

O estudo também destaca a evolução da mortalidade infantil. Em 2024, a taxa foi de 12,3 mortes para cada mil crianças nascidas vivas, ligeiramente menor do que em 2023 (12,5), embora ainda acima do registrado em 2000 (11,4).

A redução ao longo das décadas é considerada significativa. Em 1940, 146,6 crianças a cada mil morriam antes de completar um ano de vida. O IBGE atribui essa melhora a fatores como campanhas de vacinação, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, atuação de agentes comunitários de saúde, programas de nutrição infantil, além do aumento da renda, da escolaridade e do acesso ao saneamento básico.

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Os dados reforçam o avanço das condições de vida no país, mas também evidenciam desafios persistentes, especialmente relacionados às desigualdades de gênero, juventude masculina e políticas públicas de saúde e prevenção.

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