Emprego

Pesquisa inédita identifica mais de 5 milhões de jovens 'nem-nem' no Brasil

Estudo apresentado revela avanços na empregabilidade jovem, mas alerta para desafios estruturais como saúde mental, mobilidade e formação técnica

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 30/04/2025 às 18:38

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Redução pela metade no número de jovens desempregados nos últimos cinco anos / Divulgação

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Em meio a avanços no mercado de trabalho juvenil, o Brasil ainda convive com um contingente de 5,3 milhões de jovens que não estudam nem trabalham – os chamados “nem-nem”.

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O dado faz parte de uma pesquisa inédita apresentada nesta terça-feira (29), durante a primeira edição ESG do evento Empregabilidade Jovem Brasil, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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O levantamento analisou a situação dos brasileiros de 14 a 24 anos em todo o território nacional, com recortes por estado e região, revelando tanto avanços importantes quanto obstáculos persistentes na trajetória profissional da juventude.

Muitas mudanças estão rodeando esta geração: jovens estão cada vez mais trocando a tendência 'DIY' pela 'GOTDIT'. Você sabia?

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Queda no desemprego e na informalidade

Entre os principais dados positivos, destaca-se a redução pela metade no número de jovens desempregados nos últimos cinco anos. Em 2019, o país somava 4,8 milhões de desempregados nessa faixa etária; no final de 2024, o número caiu para 2,4 milhões. A taxa de desemprego juvenil também despencou: de 25,2% para 14,3%.

As regiões Sudeste e Sul lideram a queda, com reduções significativas: de 26,5% para 14% no Sudeste, e de 17,5% para 8,2% no Sul. A informalidade entre jovens ocupados também caiu, passando de 48% para 44%.

Estágios em alta, mas salários ainda baixos

Outro destaque da pesquisa é o crescimento expressivo do número de estagiários, que saltou de 642 mil em 2023 para 990 mil no início de 2025. As mulheres representam 64% desse total, sendo 49% brancas e 39% negras (pretas e pardas).

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Apesar dos avanços, a realidade salarial ainda está abaixo do ideal: 67,1% dos jovens ocupados recebem menos do que a média nacional de R$ 1.854. Além disso, embora 53% estejam contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a rotatividade ainda preocupa.

Motivos para o desligamento: salários, ética e saúde mental

A pesquisa também investigou os principais motivos que levam os jovens a deixarem seus empregos de forma voluntária. Entre os fatores mais citados estão a expectativa de um novo emprego, a insatisfação com o salário e problemas éticos nas empresas. Questões de saúde mental e dificuldades de mobilidade urbana também foram apontadas como razões relevantes para o desligamento.

Importante também entender melhor sobre outras questões, como o fenômeno Geração Canguru, que ganha destaque entre os jovens.

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Desafios para o futuro: IA, automação e qualificação

Por fim, o estudo traz uma reflexão sobre o impacto crescente da automação e da inteligência artificial no mercado de trabalho. O diagnóstico é claro: será preciso ampliar o acesso à educação técnica e tecnológica para garantir a empregabilidade dos jovens em um cenário de rápidas transformações.

A pesquisa representa um esforço relevante para compreender e enfrentar os desafios da juventude brasileira no mundo do trabalho. Apesar dos avanços, o número de jovens "nem-nem" e os baixos salários mostram que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

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