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A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país subiu para 7,5% em julho, o sétimo avanço consecutivo e o maior patamar para o mês desde 2009, quando atingiu 8%.
O centro das previsões (mediana) de 28 economistas consultados pela agência internacional Bloomberg era de uma taxa de desemprego de 7% em julho.
O aumento foi de 2,6 pontos percentuais na comparação aos 4,9% verificados no mesmo mês de 2014, indicando a rápido deterioração do mercado de trabalho. Em junho, a taxa estava em 6,9%.
Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (20) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O desemprego cresce pela combinação de demissões na maioria dos setores da economia e o retorno ao mercado de trabalho de pessoas que tinham deixado de procurar emprego nos últimos anos.
É importante lembrar que só é considerado desempregado pelo IBGE quem tinha efetivamente buscado emprego nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa do instituto.
Em julho, a população economicamente ativa -pessoas com 10 anos ou mais de idade empregadas ou procurando emprego- aumentou em 456 mil pessoas na comparação ao mesmo mês do ano passado, um crescimento de 1,9%, para 24,6 milhões de pessoas.
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Esse novo contingente é formado sobretudo por jovens que optaram por se dedicar aos estudos no passado, apoiados no aumento da renda dos chefes de família. Eles chegam agora ao mercado para complementar a renda da família.
Isso porque, com o avanço da inflação e a crise econômica, o rendimento real (que já desconta a inflação) dos trabalhadores teve queda de 2,4% em julho (R$ 2.170,70) na comparação ao mesmo mês do ano passado (R$ 2.223,87).
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Ao mesmo tempo, postos de trabalho estão sendo fechados. Em julho, a população ocupada encolheu em 206 mil pessoas nas regiões metropolitanas frente ao mesmo mês do ano passado. O corte representa redução de 0,9%, para 22,7 milhões de pessoas.
Com isso, o número de desempregados teve um aumento de 56% em julho, na comparação ao mesmo mês do ano passado. Trata-se de um incremento de 662 mil pessoas, para 1,84 milhão.
Para enfrentar a onda de demissões, o governo anunciou o Programa de Proteção ao Emprego, que autoriza empresas a reduzir a jornada e o salário em até 30%. Pelo programa, o governo paga a metade da renda que o trabalhador deixaria de receber.
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Além disso, a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil anunciaram, nos últimos dias, medidas de apoio ao setor automotivo, um dos que mais cortaram empregos na indústria neste ano.
A Caixa vai liberar cerca de R$ 5 bilhões ao setor. O BB deve antecipar R$ 3,1 bilhões para fornecedores estratégicos do setor.