16 de Maio de 2024 • 23:34
A crise econômica internacional deixou 13 milhões de mulheres sem emprego, segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego das Mulheres 2012, divulgado hoje (11) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Devido à crise, há cerca de 29 milhões de pessoas desempregadas no mundo e estima-se que outras 2,5 milhões deverão entrar nessa situação em 2013.
A OIT identificou que a taxa de desemprego entre as mulheres era 0,7 ponto percentual maior que a dos homens, depois de 2009, ano da crise: 6,4% das mulheres no mundo estão desempregadas, contra 5,7% dos homens. Entre 2002 e 2007, a diferença era de 0,5 ponto percentual – 5,8% de mulheres desempregadas e 5,3% de homens. A OIT não espera redução desses índices antes de 2017. No total, há cerca de 1,3 bilhão de mulheres no mercado de trabalho, aproximadamente 39% das 3,3 bilhões de pessoas trabalhando atualmente.
“Embora as mulheres contribuam para a economia e a produtividade em todo o mundo, continuam enfrentando muitos obstáculos que lhes impedem realizar seu pleno potencial econômico. Isso não somente inibe as mulheres, mas também representa um freio ao rendimento econômico e ao crescimento”, explicou, em nota, a diretora executiva da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, Michelle Bachelet, que contribuiu com o relatório.
A OIT também identificou uma forte migração das mulheres para o setor de serviços, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Nos desenvolvidos, elas saíram da indústria; nos em desenvolvimento, da agricultura. Essa informação indica a segregação setorial das mulheres nos serviços. Os dados da organização apontam que metade das mulheres no mundo trabalha com serviços, um terço na agricultura e um sexto na indústria. Nos países desenvolvidos, cerca de 85% das mulheres se concentram nas áreas da saúde ou da educação. Para a OIT, isso indica que as mulheres estão mais limitadas em suas escolhas de emprego.
Sobre a participação da mulher no mercado de trabalho, a organização informa que os índices de desenvolvimento não são suficientes para explicar a disparidade entre alguns países. Na Jordânia, por exemplo, a participação foi a menor identificada em 2012: apenas 16% das mulheres no país trabalham. Na Tanzânia, por outro lado, chega-se a 90%. Os dois extremos são considerados países em desenvolvimento. No Brasil, 60% das mulheres estão no mercado trabalho. A média mundial chega a 39,9%.
Para superar essas questões, a OIT citou a melhoria da infraestrutura em geral (como o acesso à eletricidade, água, saneamento e transporte), o fornecimento de serviços de creches e escolas, o equilíbrio das responsabilidades familiares entre homens e mulheres e a melhoria dos direitos trabalhistas para as mulheres (como licença maternidade remunerada e a estabilidade durante e após a gravidez).
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