Educação

Weintraub culpa o PT por resultado insatisfatório do Pisa

Divulgado nesta terça, o Pisa aplicado em 2018 mostrou uma estagnação do Brasil nos indicadores de educação por quase uma década

Folhapress

Publicado em 03/12/2019 às 15:43

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Weintraub não poupou críticas ao governo do PT, mas 'pegou leve' com Michel Temer / Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Continua depois da publicidade

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, classificou nesta terça-feira (3) o desempenho do Brasil no Pisa de "tragédia" e atribuiu a culpa pelos resultados "integralmente ao PT".

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Divulgado nesta terça, o Pisa aplicado em 2018 mostrou uma estagnação do Brasil nos indicadores de educação por quase uma década.

Continua depois da publicidade

"Estamos estagnados desde 2009, não houve progresso. Estatisticamente estamos de lado, a despeito do aumento dos recursos que foram investidos. Porque a técnica e o formato que estávamos fazendo são ruins. Este governo não tem nada a ver com este Pisa.", declarou o ministro, em uma coletiva a jornalistas marcada por críticas à imprensa

"O símbolo máximo do fracasso da gestão do PT começou quando foi construída a lápide da educação, que está lá embaixo na entrada do MEC, que é esse mural do Paulo Freire. Representa esse fracasso total e absoluto. Então, sim, [o Pisa é] integralmente culpa do PT, integralmente culpa dessa doutrinação esquerdófila sem compromisso com o ensino. Que quer discutir sexualidade e não quer ensinar a ler e escrever.", disse Weintraub, que eximiu o ex-presidente Michel Temer de responsabilidades nos indicadores por ele "ter ficado pouco tempo" no poder.

Continua depois da publicidade

Aplicado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a cada três anos, o Pisa avaliou em 2018 alunos de 15 anos de 79 países ou regiões. O Brasil ocupa no ranking da avaliação a 42ª posição em leitura, destaque do relatório deste ano, a 58ª em matemática e a 53ª em ciências.

No final de novembro, Weintraub disse que o Brasil figuraria no último lugar da América do Sul no Pisa, o que representaria o "fruto desses 16 anos de PT e de abordagens esquerdistas". 

Apesar da estagnação registrada, a previsão do ministro não se concretizou: com exceção do ranking de ciências, em que aparece empatado com Argentina e Peru, o Brasil está ligeiramente à frente da Argentina em matemática e de Argentina, Colômbia e Peru em leitura.

Continua depois da publicidade

Nesta terça, o ministro Weintraub criticou fortemente a cobertura da imprensa dos resultados do Pisa e negou que tenha errado na previsão.

"Não errei, vai ser liberado o material. Mas é uma vergonha essa quantidade de fake news. São 79 países avaliados em três áreas: o Brasil ficou, na América do Sul, no último lugar em matemática. Todos os outros países estavam à frente do Brasil em matemática, nenhum país ficou atrás. A Argentina ficou empatadinha ali, mas empatada em último", afirmou. 

"Em ciências, o Brasil ficou em último lugar na América do Sul. Não tem o que discutir, o número é absoluto, empatado com Argentina também e com Peru, mas em último. E em leitura o Brasil não ficou em último. Ficou na frente também da Argentina e do Peru, só. Mas de três, dois o Brasil ficou em último".

Continua depois da publicidade

Ao classificar o desempenho dos estudantes brasileiros como "na média uma tragédia", Weintraub usou a coletiva para defender a política educacional implementada pelo governo Bolsonaro.

Ele citou a nova política nacional de alfabetização, o projeto de expansão do acesso à internet para escolas públicas brasileiras e os planos de ampliação do ensino em tempo integral, além do Future-se (projeto que prevê iniciativas de fomento ao financiamento privado nas universidades federais e parcerias com organizações sociais).

"Na média, é uma tragédia. Mas, quando olhamos as escolas militares e cívico-militares já existentes, o Brasil está acima da média da OCDE", disse, citando outra bandeira do governo Jair Bolsonaro na área de educação.

Continua depois da publicidade

No total, 597 escolas públicas e privadas fizeram a prova, totalizando 10.961 alunos. De acordo com Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), "ao menos uma escola militar" participou do exame, além de 12 institutos federais.

De acordo com ele, a reduzida amostragem dessas instituições -que tiveram resultados melhores- é estatisticamente válida, uma vez que elas foram estabelecidas a partir da sua representatividade no total de escolas do Brasil. 

Ao final, Weintraub disse que o objetivo do governo é que 2019 seja "o ponto de inflexão" nesse cenário. "Eu assumo integral responsabilidade se esse número não inflexionar.", prometeu.

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software