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Educação

Projeto de Combate ao Bullying melhora convivência de alunos em escola de Guarujá

Na Escola Municipal Myriam Terezinha já é rotina incentivar a amizade e o respeito ao próximo

Publicado em 21/11/2013 às 13:56

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Sexta-feira em Guarujá é dia de reunir os alunos de 1° a 5° anos da Escola Municipal Professora Myriam Terezinha Wichrowski Millbourn (Avenida Adriano Dias dos Santos, 611 – Jardim Boa Esperança) em uma atividade em conjunto. O ponto de encontro é o pátio da escola, para discussão de temas como respeito, amizade e outros valores relacionados ao bullying e como combatê-lo. A iniciativa faz parte do Projeto Combate ao Bullying, que conta com a parceria da Secretaria de Educação.

Há um ano, a orientadora de ensino educacional da Unidade, Elizabeth Sá de Araújo, percebeu que as crianças precisavam se expressar e contar seus problemas com o bullying, para que pudessem ser resolvidos. Ela criou uma caixa de reclamações e sugestões, que circulava entre as salas para que os alunos pudessem, anonimamente ou não, colocar mensagens dentro dela, contando suas experiências na escola.

Elizabeth explica que por ser um assunto que está sempre na mídia, sentiu a necessidade de abrir discussões entre os alunos para melhor compreensão do bullying, e para ela, o primeiro grande passo foi a criação da caixinha. “Muitos deixaram de lado o medo e a vergonha de falar e até começaram a se identificar com os outros colegas. Eles têm mesmo que perceber que não é só com eles, é um problema de todos”, explicou Elizabeth.

A partir dos depoimentos feitos por meio da caixa, a equipe de professores realizou um estudo sobre os maiores problemas de bullying. Depois, os casos passaram a ser discutidos coletivamente, de forma que os alunos pudessem aprender o que é o bullying, e muitos entenderam que ele pode começar pela agressão verbal.

“No começo achava que bullying era só agressão física ao amigo. Agora entendo que muitas palavras também podem machucar”, explicou o aluno do 5° ano, João Victor Caldas Alencar Alves.

Depois de amadurecer a compreensão das crianças quanto ao assunto, começaram as rodas de discussões. Todas às sextas-feiras, os alunos começaram a se reunir no pátio para assistirem filmes e debater o tema. O Projeto faz parte do planejamento de valores da escola.

Graças às reuniões nas sextas-feiras, muitos alunos não dependem mais da caixinha (que ainda existe), para desabafar. Atualmente, muitos ultrapassam a insegurança que o bullying motivava e têm coragem de se dirigir aos professores. “Eles sabem que têm toda a liberdade de falar. A partir do momento que eles se expressam, pois se sentem mais fortes para se defender”, diz Elizabeth.

Os alunos puderam conhecer outra receita para a defesa contra o bullying: a auto-estima. “No Projeto de Combate ao Bullying, os alunos aprendem a se amar independente do que os outros acham deles”.

A diretora da Unidade, Telma Jacinto da Rocha concorda com a importância que este ensinamento de hoje pode ter no futuro. “Aqui nós não só educamos, formamos cidadãos, e para formar um cidadão, é preciso dar voz a ele”, explica. Telma fala também sobre as mudanças que ela tem notado desde que o projeto começou. “Eles já convivem com as diferenças. Nossa preocupação era a aceitação da diferença. Agora que eles se colocam no lugar um do outro, a escola fica mais acolhedora”, conta.

Para a secretária de Educação, Priscilla Bonini, o projeto é importante porque coloca a preocupação da escola, com o que a criança pode enfrentar também fora da escola. “O trabalho da Secretaria de Educação extrapola os limites do muro escolar. O Bullying é um tema muito atual e importante para ser discutido no ambiente escolar. E a presença dos pais no combate ao bullying é muito importante. Eles têm que ter alguém para confiar do lado de fora”, salientou.

Os alunos sentem a diferença de uma escola que aceita as diferenças e demonstram. A aluna do 5°, Ana Júlia Zangirolami Ferreti Cardoso, apóia a iniciativa. “Nos ajuda a entender que brincadeiras sem graça não é uma boa”, contou ela.

Segundo Júlia, poder falar sem ter medo de ser julgado é a melhor vantagem. “Antes eu até guardava o que queria falar para mim, por medo. Hoje é mais fácil de falar”. Para a aluna Samantha de Almeida Silva da Conceição, do 5° ano, dá para perceber a diferença do clima na escola e na sala de aula. “Desde que começou esse projeto, as coisas mudaram muito”, disse.

Pedro Henrique Santos de Andrade, do 5° ano, compreende que o Projeto é necessário. “Antes, muitos colegas de classe faziam coisas erradas, agora não vejo isso mais”, contou.

O aluno afirma que o trabalho em equipe também ajuda a conviver melhor com os amigos, para a campanha de combate ao bullying, as salas organizaram cartazes para enfeitar o pátio onde acontecem os debates e a exibição dos filmes. Já João Victor Caldas Alencar, também do 5° ano, explica que a fase da caixa foi muito importante. “Desde que começou, melhorou bastante”, disse.

A própria experiência de João Victor é prova de como o Projeto tem funcionado. “Sempre falo com a professora. E se ela está ocupada, procuro a orientadora e quando chego em casa falo com meus pais”, contou.

Quando a exibição do filme começou, João Victor, Pedro Henrique, Samantha e Ana Julia, juntam-se aos outros alunos no pátio, que se organizam para assistirem ao filme da semana. A orientadora Elizabeth comenta o filme, abre espaço para perguntas ou comentários e no fim, incentiva a todos a cantar.

A coordenadora das orientadoras de ensino educacional do ensino fundamental I e II, Ívna Diogo vê o Projeto como um instrumento de combate e também prevenção. “Com o Projeto, o problema vem sendo resolvido, pois se as crianças têm tido coragem de falar, quer dizer que estão superando. Agora partimos para um trabalho de prevenção”, explicou ela.

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