Educação

Mais da metade dos professores da rede estadual foi vítima de violência

Pesquisa encomendada pela Apeoesp aponta que agressão, furto, discriminação e bullying são rotina nas escolas de São Paulo

Da Reportagem

Publicado em 28/09/2017 às 11:02

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Entre os professores, 44% falaram em agressão verbal / Divulgação

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Agressão verbal ou física, furto, discriminação e bullying são tipos de violência que estão presentes no dia a dia da maioria das escolas estaduais de São Paulo. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, a pedido do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). O estudo apresentado nesta quarta-feira aponta que 85% dos professores souberam de casos de violência nas escolas estaduais onde trabalham e 51% afirmaram que já foram vítimas de violência no ambiente escolar.

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Entre os professores, 44% falaram em agressão verbal, 9% em discriminação, 8% em bullying e 5% em agressão física. Em 2013, o percentual de professores que declarava ter sofrido algum tipo de violência na escola em que trabalha era menor, de 44%. Já o número de alunos que afirmaram serem vítimas de violência saltou de 28% para 39%.

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Os paulistas demonstram grande preocupação em relação ao aumento da violência nas escolas públicas estaduais. Para 87% da população, 79% dos pais, 73% dos estudantes e 84% dos professores, a violência nas escolas estaduais aumentou nos últimos anos. A sensação de insegurança nas escolas estaduais também é alta, sendo que 45% dos pais, 48% dos estudantes e 37% dos professores não se sentem seguros dentro da própria escola.

“O quadro é gravíssimo. Se é verdade que se trata também de um reflexo da violência que existe na sociedade, não basta constatar esta realidade. É preciso saber como as autoridades educacionais e a comunidade vão lidar com uma situação que ocorre dentro das próprias unidades escolares”, destaca a professora Maria Izabel Azevedo Noronha, presidenta da Apeoesp.

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Ela acredita que a soma de uma série de fatores culmina na violência, começando pelo desrespeito do próprio Estado, que não investe na infraestrutura das instituições e nem valoriza os profissionais.

“Começa com a superlotação da sala de aula. Além disso, a questão referente à falta de funcionários nas escolas. A gente não tem nem profissional para limpar o chão da escola, então não adianta falar que vai colocar câmera se não tiver quem a monitore”, afirmou.

A pesquisa Violência nas Escolas Estaduais de São Paulo ouviu 2.553 pessoas, sendo 649 entrevistas com a população maior de 18 anos, 600 pais e mães de estudantes, 602 estudantes e 702 professores da rede estadual de ensino de São Paulo. As entrevistas foram realizadas entre os dias 1º e 11 de setembro de 2017, em todas as regiões do Estado de São Paulo.

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Estado contesta dados da pesquisa

A Secretaria de Educação contesta os números apresentados pela Apeoesp e diz que aconteceu exatamente o oposto. “O que nós temos é a identificação de uma queda consistente nos últimos três anos no número de ocorrências de violência nas escolas, de acordo com o cadastramento feito pela própria Secretaria”, afirmou Wilson Levy, chefe de gabinete da pasta, à “TV Globo”.

Segundo ele, o governo está ampliando um programa de incentivo ao diálogo como meio de resolver os problemas entre alunos e professores. “Estamos capacitando o corpo docente para a promoção de ações de mediação”.

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