Educação

Concepção construtivista: 'O aluno é protagonista do processo de aprendizagem'

Enquanto no modelo tradicional o professor explica e o aluno faz os exercícios para comprovar o aprendizado, na concepção construtivista o professor lança o desafio antes do conceito, estimulando o aluno a refletir sobre as possibilidades de resposta.

Rafaella Martinez

Publicado em 29/04/2018 às 13:13

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A concepção construtivista propõe que o aluno tenha um amplo repertório cultural em paralelo com a grade regular / Rodrigo Montaldi/DL

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O aprendizado se dá de formas diferente: ele não está dentro e nem fora e acontece a partir da interação e da estimulação com outras pessoas, sejam elas alunos ou professores. Essa é a ideia da concepção construtivista de ensino.

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Em Santos, uma das escolas que segue o modelo baseado nas ideias do suíço Jean Piaget e do bielorrusso Lev Vygotsky (ver ao lado) é o Colégio Atrio e Tatibitati, localizado na Ponta da Praia. A unidade aposta no ensino de arte e ciência em paralelo com a grade curricular atual e tem as salas todas dispostas em dupla, para incentivar a interação das crianças durante o processo de ­aprendizagem.

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“Nossas salas de aula não são silenciosas e o papel do professor é o de lançar a pergunta certa para estimular a capacidade dos alunos. A interação é um dos objetivos do ensino construtivista”, conta a pedagoga Elaine Vidal, atual coordenadora do ensino fundamental I e II do colégio.

Enquanto no modelo tradicional de ensino o professor explica e o aluno faz os exercícios para comprovar o aprendizado, na concepção construtivista o professor lança o desafio antes do conceito, estimulando o aluno a refletir sobre as possibilidades de resposta com base em hipóteses e informações de mundo. “Temos em mente que a criança já tem uma bagagem que precisa ser estimulada. O objetivo é fazê-la refletir e não passar uma regra pronta para ela decorar”, conta Elaine.

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A modalidade de ensino pode ser explicada a partir de uma das atividades desenvolvidas pelos alunos nesta semana: foi pedido para que eles procurassem em jornais e revistas exemplos de palavras onde a letra ‘q’ não estivesse acompanhada pela letra ‘u’. Após o insucesso na tarefa, o professor explicou que, conforme os alunos haviam constatado, o ‘q’ e o ‘u’ sempre são usados ­juntos.

“Nessa troca os dois aprendem. O professor precisa estudar muito para ser esse mediador de conhecimento em sala: o processo de formação é contínuo e exige muito do profissional. Não há um sistema apostilado e o trabalho é praticamente artesanal, específico para as necessidades das crianças”, ­explica.

Além disso, a concepção construtivista propõe que o aluno tenha um amplo repertório cultural em paralelo com a grade regular: há aulas de arte, fotografia, dança e teatro. Outra diferença é que as tradicionais aulas de história e geografia compõem a disciplina de ciências sociais, onde estão inseridas também a sociologia e a antropologia. “Precisamos fazer uma sociedade pensante. O objetivo não é fazer o aluno aprender a regra e sim transmitir um conteúdo mais aprofundado, onde a escola não é uma mera transmissora de informação e sim uma construtora de conhecimento. Há uma grande diferença entre as duas coisas”, destaca a ­pedagoga.

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Apesar das diferenças em relação ao ensino formal, os alunos também são avaliados com provas a partir do 5º ano. No entanto, a avaliação final engloba outros fatores, tais como os trabalhos em sala, a postura enquanto estudante e as atividades individuais. Quando é notada a necessidade de recuperação, a mesma também acontece levando em conta todas as necessidades do aluno.

Quem inspirou?

Baseado nas ideias do suíço Jean Piaget e do bielorrusso Lev Vygotsky, o método procura instigar a curiosidade, já que o aluno é levado a encontrar as respostas a partir de seus próprios conhecimentos e de sua interação com a realidade e com os colegas.

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