Briga entre influenciadoras teens expõe riscos de contas 'dix' entre adolescentes

Nos últimos dias, uma polêmica envolvendo três influenciadoras teens — Antonela Braga, Duda Guerra e Liz Macedo — tomou conta das redes sociais e chamou a atenção para um fenômeno digital ainda pouco conhecido por muitos pais: as contas “Dix”, perfis secundários e privados usados por adolescentes para se comunicar com um grupo restrito de amigos.

Tudo começou quando Antonela, durante uma viagem com o grupo, relatou estar sendo excluída por Duda Guerra e Liz Macedo. O atrito aumentou quando ela pediu para seguir a conta “dix” de Benício Huck, namorado de Duda e filho de Luciano Huck e Angélica. Duda encarou o pedido como uma invasão de privacidade e confrontou Antonela, levando a briga para o público. A mãe de Antonela também se pronunciou em defesa da filha, criticando a postura de outras mães envolvidas.

Mais do que um simples desentendimento entre jovens, o caso evidenciou o impacto que essas contas secretas podem ter no bem-estar emocional dos adolescentes — e como a falta de supervisão parental pode agravar situações de exclusão e conflito.

Afinal, o que é uma conta “Dix”?

“Dix” é o nome dado a contas secundárias e privadas criadas por jovens — principalmente no Instagram e TikTok — para compartilhar conteúdos mais íntimos, sinceros ou espontâneos. Essas contas normalmente são acessíveis apenas a um grupo restrito de amigos, criando uma “bolha social” onde os adolescentes se sentem mais à vontade para postar sem filtros.

Esse espaço, porém, também pode ser terreno fértil para exclusão social, cyberbullying, pressão de grupo e vazamento de informações sensíveis, como já alertam especialistas em comportamento digital.

Os principais riscos das contas “Dix”:

• Exposição a conteúdo impróprio: Sem filtros ou moderação, circulam conteúdos inapropriados sobre sexo, drogas, violência e desafios perigosos.
• Cyberbullying e exclusão: A restrição a grupos seletos pode incentivar piadas internas, fofocas e humilhações entre colegas.
• Falsa sensação de privacidade: Adolescentes acreditam estar seguros, mas prints e vazamentos acontecem com frequência.
• Contato com desconhecidos: Mesmo sendo privadas, essas contas podem ser acessadas por perfis falsos ou estranhos infiltrados.
• Identidade dividida: Manter uma persona “dix” e outra pública pode gerar conflitos internos, ansiedade e problemas de autoestima.

Por conta de desafios expostos nas redes sociais, crianças morrem. Assim aconteceu com Sarah Raíssa, de 8 anos, ao inalar desodorante após ver vídeo na internet. Por conta do 'Desafio do Desodorante', uma frente parlamentar foi criada para tratar o assunto e 'apertar' as leis para este tipo de crime.

Como os pais devem lidar com esse comportamento digital?

O primeiro passo é o diálogo. Antes de criticar ou proibir, os pais devem buscar entender por que os filhos estão criando esses perfis alternativos. Muitas vezes, é uma tentativa de se expressar com mais liberdade, escapar de julgamentos ou simplesmente se sentir pertencente a um grupo.

Dicas práticas para pais e responsáveis:

• Crie um ambiente de conversa sem julgamentos.
• Fale abertamente sobre privacidade, limites e consequências digitais.
• Observe mudanças no comportamento do adolescente.
• Ensine sobre os riscos e responsabilidades de estar online.
• Esteja presente sem ser invasivo.

O caso entre Antonela Braga, Duda Guerra e Liz Macedo mostra que o universo digital dos adolescentes é mais complexo do que aparenta. Contas “dix” podem parecer inofensivas, mas quando mal gerenciadas, se tornam palco de conflitos, inseguranças e exclusões dolorosas.

Mais do que vigiar, os pais precisam estar próximos, informados e emocionalmente disponíveis. Só assim será possível ajudar os jovens a navegar o mundo digital com mais segurança, empatia e equilíbrio.