A Elevação do Rio Grande é uma das formações geológicas mais complexas do Atlântico Sul / Reprodução/Youtube Band Jornalismo
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Localizada a cerca de 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, a Elevação do Rio Grande, uma formação submarina de grandes proporções no Atlântico Sul, voltou ao centro das atenções após o Brasil atualizar sua solicitação à Organização das Nações Unidas (ONU) para incorporar a área à sua plataforma continental.
Rica em minerais estratégicos, a estrutura geológica é considerada essencial para o futuro energético e tecnológico do país.
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A reivindicação, inicialmente apresentada em 2018, ganhou novos dados geofísicos em 2024 e poderá garantir ao Brasil o direito exclusivo de exploração econômica do subsolo marinho, com destaque para reservas de cobalto, manganês, níquel, telúrio e terras raras – fundamentais para a produção de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e dispositivos eletrônicos.
A região desperta interesse internacional, especialmente dos Estados Unidos, que já demonstraram intenção de firmar acordos comerciais envolvendo esses minerais. Diante disso, o governo brasileiro reforçou sua postura de soberania sobre os recursos naturais do país.
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A Elevação do Rio Grande é uma das formações geológicas mais complexas do Atlântico Sul. Seu topo está situado entre 700 e 2 mil metros abaixo do nível do mar, enquanto a base se encontra a cerca de 5 mil metros de profundidade. Uma matéria feita pelo Jornal da Band mostra imagens da ilha, confira:
A região abriga montes, platôs, cânions, canais e uma fenda tectônica de grandes dimensões.
Pesquisas coordenadas por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com instituições da Alemanha, Japão e Reino Unido, vêm sendo realizadas desde 2015 para estudar a área.
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Os estudos apontam que a estrutura é um fragmento da crosta continental com origem que remonta a até 2 bilhões de anos.
As análises revelaram rochas vulcânicas de aproximadamente 45 milhões de anos e sedimentos que indicam exposição ao ar, sugerindo que a elevação pode ter sido uma ilha tropical no passado remoto.
Além do valor econômico, a região tem grande relevância geopolítica e científica. Se reconhecida pela ONU, a área trará ao Brasil não apenas direitos de exploração, mas também a responsabilidade de preservar o ambiente marinho.
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Ainda há muitas incertezas sobre os impactos da mineração em águas profundas, como possíveis alterações na composição química da água, contaminação por partículas e danos à fauna local que habita as crostas minerais.
Para lidar com esses desafios, a USP vem desenvolvendo tecnologias inéditas para mapear e estudar o fundo do mar, com sensores e equipamentos especializados para ambientes de difícil acesso.
Um novo cruzeiro científico está previsto para ocorrer até o início de 2026, com apoio da Marinha e de instituições governamentais.
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A reivindicação do Brasil segue os critérios da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que permite a extensão da plataforma continental além das 200 milhas náuticas, desde que haja evidências geológicas de continuidade com o território nacional.
A semelhança entre as rochas da Elevação do Rio Grande e aquelas encontradas em terra firme fortalece o pedido brasileiro.
O reconhecimento internacional consolidaria o domínio do Brasil sobre uma região estratégica do Atlântico Sul, unindo interesses econômicos e ambientais em um projeto de longo prazo.
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A expectativa é que, além de garantir acesso a recursos valiosos, o país possa também reforçar seu compromisso com a preservação dos ecossistemas marinhos.