A proposta é de autoria do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) / Reprodução
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Um projeto de lei protocolado em Minas Gerais tem causado repercussão ao propor penalidades para quem buscar atendimento médico usando bonecas reborn. A medida foi motivada por um caso recente em que uma jovem de 17 anos levou seu boneco a um hospital alegando que ele estaria com febre.
O episódio chamou a atenção nas redes sociais e levantou questionamentos sobre o uso de recursos públicos em situações desse tipo.
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A proposta é de autoria do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) e prevê multa equivalente a dez vezes o valor do serviço de saúde utilizado.
O projeto proíbe expressamente o uso de qualquer serviço público para atendimento a objetos inanimados, como as bonecas reborn, e estabelece que o dinheiro arrecadado com as multas seja destinado ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.
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O texto classifica como objeto inanimado qualquer item que não tenha ou nunca tenha tido vida.
Na justificativa, o parlamentar manifesta preocupação com o que considera um uso distorcido dos serviços públicos e menciona até disputas judiciais envolvendo a guarda desses bonecos em casos de separação.
As bonecas reborn, que imitam bebês reais com impressionante nível de realismo, se tornaram um fenômeno popular, principalmente nas redes sociais. O caso da adolescente que levou seu boneco ao hospital não foi isolado.
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Em outra situação, uma advogada relatou ter sido procurada por uma cliente que desejava formalizar judicialmente a guarda da boneca que havia “adotado” com o companheiro.
A mulher, segundo o relato, tinha forte apego emocional ao boneco e buscava dividir os custos da criação com o ex-parceiro, já que havia arcado sozinha com todas as despesas.
Esses episódios mostram como o vínculo afetivo com os bonecos tem ultrapassado o universo da brincadeira e atingido esferas legais e de saúde.
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No entanto, de acordo com especialistas, o uso de bebês reborn de forma terapêutica não possui qualquer comprovação científica.
Recentemente, o Padre Patrick Fernandes, famoso na internet, criticou mulheres que tratam bebês reborn como filhos.
O crescimento do interesse pelos bebês reborn levanta discussões sobre saúde mental, fantasia e os limites do uso de serviços públicos em situações que envolvem forte carga emocional, mas não dizem respeito à vida real.
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