Nacional
Florestas, povos indígenas, bioeconomia e financiamento inovador dominam a agenda política enquanto países buscam consenso para acordos globais
A segunda semana começa com uma série de eventos de alto nível voltados à proteção das florestas e ao fortalecimento de mecanismos financeiros que garantam sua conservação / Sergio Moraes/COP 30
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Após uma primeira semana marcada por mais de 30 grandes anúncios e avanços técnicos importantes, a segunda semana da COP30 começa com um foco unificador: recolocar a natureza no centro da ação climática global.
Em Belém, onde as negociações agora passam do nível técnico para decisões políticas, líderes e ministros chegam pressionados a transformar compromissos em acordos concretos até o fim da conferência.
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A chamada 'COP da Implementação' já havia dado sinais de aceleração nos primeiros dias, com iniciativas de grande escala — como o Tropical Forest Forever Facility (TFFF) de US$ 5,5 bilhões, a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, o Compromisso 4X de Combustíveis Sustentáveis e novas medidas para ampliar adaptação e resiliência em países vulneráveis.
Dos 145 itens da agenda, muitos já apresentam consenso técnico. Agora, temas como financiamento climático, transição energética justa e adaptação entram na fase decisiva, em negociações que os próprios delegados descrevem como uma maratona: 'o jogo é jogado até o último minuto.'
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A segunda semana começa com uma série de eventos de alto nível voltados à proteção das florestas e ao fortalecimento de mecanismos financeiros que garantam sua conservação.
Entre os destaques está o avanço do Tropical Forest Forever Facility, plataforma que cria novos caminhos de financiamento para países com grandes áreas de floresta tropical. O objetivo é ampliar recursos permanentes para conservação, evitar desmatamento e apoiar modelos econômicos alinhados à bioeconomia.
Governos contribuintes também devem anunciar novas aportes ao Fundo de Adaptação, considerado essencial para aumentar a resiliência de países mais afetados por eventos climáticos extremos.
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Outro momento central é o lançamento do Bioeconomy Challenge, iniciativa que transforma princípios definidos no G20 em caminhos práticos para uma sociobioeconomia global. A proposta busca integrar conhecimento científico, inovação, saberes tradicionais e modelos de desenvolvimento que conciliem conservação e geração de renda — especialmente relevante para países tropicais.
A segunda semana também destaca os direitos e o papel estratégico dos povos indígenas e afrodescendentes, reconhecidos como guardiões de alguns dos ecossistemas mais preservados do planeta.
Entre os anúncios previstos estão:
Compromisso de US$ 1,8 bilhão voltado à estrutura fundiária e à proteção territorial;
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Mesa-redonda de alto nível sobre governança indígena e sua aplicação em novos mecanismos de financiamento climático;
Participação ampliada em debates sobre soluções baseadas na natureza;
Avanços no diálogo sobre o reconhecimento global de saberes tradicionais como parte da política climática.
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Para especialistas, essa agenda reafirma que proteger a natureza e fortalecer as comunidades que a cuidam é indispensável para resultados climáticos duradouros.
A semana também inclui um Ministerial da Declaração Global de Metano, que pressiona países a intensificar compromissos para reduzir o potente gás de efeito estufa. Ao mesmo tempo, avanços no financiamento climático — especialmente para adaptação — são tratados como pontos críticos para que a COP30 consiga consenso antes do encerramento.
Líderes políticos chegam à etapa final com um objetivo claro: traduzir anúncios, fundos e iniciativas em entregas concretas, capazes de responder à urgência climática e às expectativas acumuladas ao longo do ano.
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Com a natureza no centro das discussões e uma série de compromissos inéditos em florestas, bioeconomia e direitos territoriais, a segunda semana da COP30 promete definir o tom da ação climática global nos próximos anos e colocar Belém como um marco decisivo na agenda ambiental internacional.